Difícil encontrar caxiense que, ao avistar o símbolo da Marcopolo em algum ônibus em outra cidade ou país não tenha sentido uma ponta de orgulho ou até dito a alguém próximo: "Essa empresa é lá de onde eu moro." Imagine, então, entrar em um desses veículos e poder dizer: "Eu ajudei a construir." É assim que Onelio Luiz dos Santos Rech, 70 anos, se sente ao se deslocar diariamente da casa, no bairro Bela Vista, até o trabalho, em Ana Rech.
— Quando embarco no ônibus, sei que ali tem peças que eu fiz. No teto do ônibus, a tomada de ar, por exemplo, eu que faço. Sinto orgulho. O que roda aqui, roda nos países de fora e é produto que ajudo a fazer — relata.
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Onelio tinha menos de um ano quando a Marcopolo surgiu, em um pequeno galpão nas esquinas da ruas Treze de Maio e Os Dezoito do Forte, no bairro Lourdes – onde hoje existe um posto de combustíveis. Foi em 23 de março de 1973 que a história de Onelio e a Marcopolo se cruzaram. Na unidade do bairro Planalto, ele começou a trabalhar como soldador/montador, função que exerce até hoje.
— Na época, tinha uns mil funcionários. A gente imaginava que ela (empresa) fosse crescer, mas não tanto — conta.
Onelio é o funcionário mais antigo da Marcopolo. Em março, completou 46 anos na empresa. Desta terça-feira (6), data do aniversário da Marcopolo, até 18 de agosto, quando completa 71 anos, Onelio e a empresa terão a mesma idade.
Além do aumento do número de funcionários — hoje com mais de 14 mil no Brasil e no Exterior –, ele comenta que a evolução nos processos de produção também foi notável. Em meio a robôs, Onelio desenvolve o mesmo trabalho de quando iniciou. Aposentado há mais de 20 anos, ele afirma que pretende trabalhar mais um tempo para "juntar mais um dinheiro" e conquistar o plano de saúde.
Paralelamente às quatro décadas dentro na empresa, Onelio constituiu família, comprou uma casa em Caxias — é natural de São Francisco de Paula —, um carro e criou quatro filhos. Nesse período, sentiu todas as dores e perdas da empresa, do incêndio em 2017 à morte de Paulo Bellini, um dos fundadores da Marcopolo, no mesmo ano:
— Era uma pessoa boa, para mim, um segundo pai. (Foi) como se eu tivesse perdido uma pessoa da minha família.
Embora pretenda parar de trabalhar nos próximos meses, Onelio torce para o contínuo crescimento da empresa:
— Acredito que possa crescer ainda mais e torço por isso, porque a Marcopolo me ajudou a ter o que tenho e eu ajudei também a empresa. Considero que a Marcopolo é minha também.
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