Em 2024, a marca Fruki completa 100 anos. Fundada no município de Arroio do Meio, na região do Vale Taquari, como uma pequena fábrica de refrigerantes e cervejas, a empresa hoje é xodó do povo gaúcho. Pesquisas já apontam o refrigerante que carrega o nome da marca como o segundo mais lembrado e também preferido no Rio Grande do Sul, atrás (por pouco) apenas da Coca-Cola. A Fruki também foi eleita, em 2018, a terceira marca gaúcha mais lembrada e preferida entre empresas de todos os setores do Estado (atrás de Gerdau e Tramontina) na pesquisa Marcas de Quem Decide.
Para explicar como uma marca surgida em um pequeno imóvel hoje bate de frente com gigantes do mercado (e vence muitos deles), o presidente do Conselho Consultivo da Fruki, Nelson Eggers, falou para um auditório lotado da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias em reunião-almoço nesta segunda-feira (22).
Em abril deste ano, mesmo ano em que completa 60 anos trabalhando na empresa, ele entregou a presidência da empresa para a filha Aline Eggers Bagatini, que representa a quarta geração da família na gestão da marca, fundada pelo avô de Nelson, em 1924, e seguida pelo pai, ou "o genro que deu certo", segundo brincou o próprio Nelson.
Porém, conforme ressalta, o processo de sucessão familiar não é mero rito de passagem. O case de sucesso da Fruki, explica, deve-se a um rígido sistema de exigências.
— O filho não deve começar a trabalhar logo na sua empresa. Todos precisam estudar e se formar. Todos os meus filhos estudaram, fizeram faculdade e não permiti que trabalhassem de saída na minha empresa. Tem que começar a trabalhar fora para aprender a não ser o filhinho do papai. Fiz isso com cinco filhos — defendeu Nelson.
Segundo ele, além de começarem em outras empresas, todos os filhos que almejaram seguir na área administrativa passaram por testes antes de serem promovidos a cargos de diretoria.
— Meus filhos foram estagiários em todas as áreas, foram para o programa trainee, tudo acompanhado por consultorias. Passaram desde a entrega de bebidas nos lugares mais perigosos, foram para a contabilidade, financeiro, fábrica, carregamento... — relatou.
Mesmo em uma versão reduzida, a história de 95 anos da marca ultrapassou o tempo regimental da reunião-almoço da CIC. Ninguém reclamou. Após o singelo relato da história da empresa, seu crescimento e os valores que regem a continuidade de gestão, Nelson Eggers perpetrou:
— Desculpem ter falado tanto, mas sou apaixonado pela minha empresa e recomendo a todos serem apaixonados pela sua empresa.
Lembra?
Em 2011, o então jogador de futebol inglês David Beckham foi flagrado segurando uma lata de refrigerante Fruki ao deixar um restaurante nos EUA. Na época, o fato projetou a marca à fama em nível nacional
95 ANOS E CRESCENDO
:: Com matriz em Lajeado, a Fruki conta atualmente com sete linhas de produção com capacidade de produção para até 420 milhões de litros de bebidas/ano.
:: A linha de produtos é composta pelo refrigerante Fruki, suplementos Frukito, os sucos Com/Tem, o energético Elev, água mineral Água da Pedra e, desde 2018, a Cerveja Bellavista, que herda o primeiro rótulo da marca, da época de sua fundação, em 1924.
:: Para 2020, está prevista a construção de uma nova fábrica, que será instalada em uma área de 87 hectares, no município de Paverama.
:: Quando anunciada, segundo Eggers, 76 prefeituras procuraram a empresa, demonstrando interesse em receber a unidade. Ele não soube informar se Caxias foi um dos municípios.
:: Durante a palestra, Eggers foi interrompido por aplausos, quando comentou que um de seus sonhos é instalar um centro de distribuição da marca na Serra Gaúcha.