O economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), André Nunes de Nunes, foi o palestrante convidado da reunião-almoço promovida nesta segunda-feira (24) pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul. Pautado pelo tema "Brasil em retomada: cenários e perspectivas para a economia", o especialista apresentou dados da oscilação econômica nos últimos anos e como fatores políticos de escala nacional e mundial podem influenciar no futuro do País.
Sobre o contexto atual, Nunes destacou a queda de expectativa drástica de crescimento para o ano. Enquanto ano passado, especialistas projetavam crescimento superior a 3% no PIB, a última revisão confirmou a retração desse índice para 0,87%.
— O primeiro semestre está muito aquém do que as pessoas esperavam. Mas estamos muito confiantes na continuidade do processo de retomada. Podemos chamar de a retomada da retomada. Vínhamos retomando, paramos no primeiro semestre e esperamos voltar.
Em médio prazo, um dos fatores citados por Nunes para redefinir o cenário macroeconômico será a eleição presidencial norte-americana, que irá acontecer em um ano e meio e deve impactar na relação entre Estados Unidos e China, principais parâmetros da dinâmica da economia global.
Porém, na opinião do economista da Fiergs, a resolução mais emergencial para o País depende da articulação política para destravamento da arrastada e controversa Reforma da Previdência.
— É importante que Bolsonaro dê cada vez mais importância à articulação e à agenda econômica. Sei que foi um presidente eleito com agenda comportamental, por ser anti-esquerda. O problema é que em quatro anos o que se avalia de um governo ser positivo ou negativo é se conseguiu entregar de um ponto de vista econômico ou não.
Segundo ele, ainda que haja, supostamente, votos suficientes para passar a reformar, seria necessário avançar nas negociações políticas para garantir um apoio mais garantido à proposta:
— A Reforma da Previdência passa? Passa. Até agora tem apoio manifestado de treze partidos, mais o PSL e o (Partido) Novo, nós temos 332 votos. Mas ainda é muito arriscado, o piso para aprovação seria de 308, portanto, 332 dá uma margem muito ruim para o governo. A gente sabe que no dia da votação tem vários que ficam doentes, tem gente que se sente mal, tem uns que apertam o botão errado...
Apesar da preocupação, Nunes afirmou que a hipótese de a reforma não ser aprovada no Congresso sequer é cogitada por especialistas.
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