O impacto do granizo próximo à época de colheita em outubro no ano passado em diversos municípios da Serra provocou uma quebra de 7,5% na safra da uva de 2019. Foram 614,2 mil toneladas colhidas no Rio Grande do Sul neste ano, contra 664,2 mil toneladas no ano passado.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Governo do Estado, que assumiu a publicação do levantamento neste ano. Até 2018, os dados de safra eram divulgados pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e, normalmente, eram publicados em abril.
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O principal motivo para a quebra, segundo o Governo do Estado, foi justamente o granizo de outubro na Serra, que atingiu diversos municípios.
O coordenador da Comissão Interestadual da Uva, Marcio Ferrari, que preside o sindicato dos Trabalhadores Rurais de Farroupilha, acrescenta também o impacto de outros episódios de granizo que persistiram em alguns locais.
— Tivemos novamente em dezembro e em janeiro, o que provocou grandes perdas para muitos produtores — relembra.
Conforme ele, a média das colheitas no Estado tem ficado entre 650 mil e 700 mil toneladas.
Ferrari também destaca que o grau de açúcar das uvas ficou abaixo do ideal na última safra. No caso das variedades utilizadas na fabricação de vinho, o grau médio ficou em 16,5 quando o ideal seria 18 a 19. Isso, segundo ele, foi motivado por chuvas e excesso de umidade, o que provoca a diluição do açúcar nas bagas.
Ferrari acrescenta que a perspectiva é que no ano que vem, a próxima safra tenha um impacto pela falta de frio que está ocorrendo neste ano. Isso deve impactar principalmente as variedades mais tardias, colhidas em março, e não tanto as mais precoces.
— Vênus e Niágara, por exemplo, não devem ter tanto problema. Já as variedades colhidas em março, como Isabel e Moscato, poderão ser impactadas — explica.