Nos municípios que lideram a produção de laranjas na Serra, casos de Guaporé e Antônio Prado, a colheita deve avançar mais fortemente entre maio e junho. Situação semelhante ocorre na maioria das propriedades de Caxias do Sul, cidade que fecha a lista das três maiores produtoras da fruta na região. Ao todo, as três localidades respondem por aproximadamente 55% da safra serrana, conforme dados do escritório da Emater em Caxias.
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Começa a safra da laranja na Serra
Proprietário de uma área de cinco hectares de laranja no distrito de Vila Cristina, em Caxias, Rafael Potter se prepara para começar a colher a fruta nos próximos 15 dias. A expectativa é obter em torno de 100 toneladas, sendo a maioria da variedade salustiana. Em 2018, ele retirou dos pomares em torno de 160 toneladas.
– Esse ano vai dar uma queda significativa. Acredito que a planta estava esgotada da safra passada e produziu menos. Mas vai dar uma fruta mais graúda, com um preço melhor – estima.
A expectativa do produtor é de que o trabalho nas laranjeiras siga até agosto, terminando com a variedade de umbigo. Para dar conta da colheita, a família deve contratar um safrista a partir de maio. A laranja é a principal fonte de renda na propriedade da família Potter, que também cultiva bergamota, goiaba, nectarina, pêssego e uva. A maioria da produção é vendida para supermercados na região metropolitana e para a Ceasa de Porto Alegre.
Um dos diferenciais da propriedade dos Potter está na utilização de ovinos na área destinada à fruticultura. As ovelhas são responsáveis por comer o mato ao redor das árvores. Desta maneira, elas acabam substituindo a necessidade de trabalho com capinas manuais e roçadas mecânicas, reduzindo a aplicação de herbicidas na área.
– As ovelhas impedem que o capim cresça e incomode a laranjeira – explica Lucas Potter, filho de Rafael que também trabalha na atividade rural.
Lucas foi o autor da ideia de utilizar os ovinos na fruticultura. A experiência começou a ser realizada para seu trabalho de conclusão do curso técnico em agropecuária, finalizado no ano passado. Na laranja, passou a ser utilizada pela primeira vez nesta safra.
Região deve ter 13,5 mil toneladas de bergamota
Além da laranja, a bergamota é outra fruta cítrica que começa a ser colhida na Serra. Algumas variedades precoces, como a japonesa okitsu e a ponkan, já estão sendo retiradas das propriedades da região. A safra serrana deve chegar a 13,5 mil toneladas, conforme a Emater de Caxias do Sul. O número fica um pouco acima das 11 mil toneladas obtidas em 2018.
Até o feriado de Nossa Senhora de Caravaggio, em 26 de maio, boa parte da safra já deve estar no mercado. Desta maneira, os fiéis poderão seguir a tradição de comer a fruta durante o trajeto até o santuário, em Farroupilha.
De acordo com a última edição do boletim conjuntural da Emater, as bergamotas que estão sendo colhidas apresentam a casca ainda esverdeada, mas estão com a polpa passível de consumo. As plantas demonstram ótima sanidade, bom vigor e carga mediana de frutos. Já nos pomares de bergamotas tardias, como os da variedade montenegrina, ainda está sendo realizado o raleio das frutas. Não se constata nenhuma praga nos pomares, segundo a empresa de assistência técnica.
Ao todo, a Serra tem 745 produtores de bergamotas, com mais de 955 hectares de pomares plantados.