O ano começou aquecido para as empresas que produzem e vendem equipamentos agrícolas. Depois de dois anos de crise, o mercado reagiu e promete recuperar as perdas. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta para 2018 um crescimento das vendas de 3,7%. O volume comercializado deve alcançar as 46 mil unidades. A queda da taxa de juros do Plano Safra 2017/2018 e o aumento da área cultivada devem fazer com que este seja o ano positivo.
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O otimismo também se reflete nas empresas de Caxias do Sul. Na Agrale, por exemplo, o incremento nas vendas da linha 500 - carro-chefe da área de tratores - deve chegar a 30%. Uma das maiores fabricantes do país, voltou a produzir, em média, 100 máquinas por mês, depois de um 2016 de mercado difícil e um 2017 morno. Com cerca de um mil funcionários, a empresa voltou a funcionar com capacidade máxima.
— Estamos otimistas e confiantes no segmento agrícola — destaca o gerente de vendas de tratores da empresa, Adriano Chiarini.
A alta demanda, no entanto, também ocasiona alguns entraves. A falta de componentes importados, entre eles os mecanismos de transmissões, tem represado cerca de 15% dos pedidos. Mesmo assim, Chiarini, garante que a maior parte da carteira de pedidos está sendo entregue no prazo.
Cinquenta por cento da produção da empresa caxiense vai as propriedades de café, na região Sudeste. Os outros 50% dos negócios estão focados na produção de uva, aviários e viveiros da Serra Gaúcha.
Na Sotrima, revendedora dos tratores Massey Ferguson, os negócios também estão em alta. A retomada começou no último trimestre do ano passado e continua se mantendo. O crescimento dos pedidos chega a 15%. Poderia ser maior se o valor da produção fosse melhor, segundo o gerente comercial da revenda, Jacson Alexandre Fabro.
— Os preços dos produtos vendidos pelos agricultores estão pouco valorizados — aponta.
A reação, apesar de moderada, também aconteceu na Unyterra. Em 2017, o aumento na carteira de pedidos chegou a 15%. Para este ano a previsão é de um incremento entre 8% a 10%. Assim como Fabro, o coordenador de vendas da empresa, João Paulo Godinho, também comenta as reclamações dos produtores em relação aos preços pagos nas lavouras.
— O custo de plantio permanece alto e o retorno está menor que o ano passado.
Tecnologia nas lavouras
Graças ao desenvolvimento da tecnologia, as máquinas exibem cada vez mais automação e sofisticação. Hoje, os tratores, por exemplo, já vêm equipados de fábrica com essas facilidades, trazendo mais inovação ao campo e mantendo jovens produtores na agricultura.
Dessa forma, tratores, colheitadeiras e pulverizadores contam com tecnologia embarcada, representada por sensores que permitem aumentar a precisão do trabalho, padronizando a operação e controlando eletronicamente a aplicação de sementes, fertilizantes e defensivos, além da colheita. Isso sem contar com o conforto e a segurança. Tem trator com ar-condicionado, espaço para celular e adaptados para qualquer tipo de cultura.
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