Centenas de pessoas buscaram uma vaga no mercado de trabalho durante o dia de ontem. Em meio à crise econômica que desempregou mais de 23 mil trabalhadores em Caxias do Sul nos últimos dois anos, a Amiga Centro de Ensino ofereceu cerca de 200 vagas de emprego em parceria com as agências de recursos humanos e empresas da cidade.
A consultora de carreira Juliani Neves conta que, além do encaminhamento para as vagas de emprego, as consultoras também realizaram o alinhamento do currículo, a formatação e a correção de erros de português.
– Tem candidatos que querem vagas para produção, mas o currículo mostra experiência na área administrativa. Fizemos esse alinhamento.
Juliani destaca que, em muitos casos, é necessário trabalhar com o lado emocional das pessoas que estão em busca de emprego.
– Tenho notado muita fragilidade emocional, estão muito comprometidas emocionalmente. Procuro ajudar não só com a preparação de um currículo, mas com o suporte emocional.
A consultora de carreira diz que a Amiga conta com um mural fixo com as oportunidades de emprego. Segundo Juliani, a grande maioria das pessoas que foi até o local recebeu as indicações das vagas e foi orientada a corrigir o currículo antes de encaminhar para as empresas. Ela ressalta que, em muitos casos, o conjunto de informações pode impedir que o candidato seja recebido para uma entrevista.
– As pessoas colocam dados de documentos que nem sempre são necessários ou não descrevem as atribuições. Colocam somente o cargo, mas tem que registrar as atividades que desempenhavam para tornar o currículo mais atrativo.
Com experiência em manutenção de computadores, Tiago Henrique Piva, 21 anos, procura por emprego há dois anos. Na tarde de ontem, ele esteve na Amiga em busca de uma indicação de vaga. Devido às dificuldades, o jovem está em busca de emprego em qualquer área.
Tiago recebeu algumas indicações e pretende analisar as propostas antes de encaminhar o currículo para as empresas. Ele conta que, durante os dois anos que está desempregado, já encaminhou mais de 1 mil currículos.
– Está muito difícil. O país está quebrado. Os empresários estão apenas se mantendo e não conseguem contratar, não conseguem evoluir.
Desempregada desde o final de março deste ano, a moradora de Antônio Prado Viviane Pacheco, 28 anos, trocou há dois meses a pequena cidade por Caxias do Sul para conseguir uma nova oportunidade. Com experiência em auxiliar de administração, Viviane já considera trabalhar no comércio, mas relata a dificuldade de conseguir uma chance na área.
– Por mais que eu tenha qualificação, está muito difícil de conseguir emprego. Em Antônio Prado está bem pior. As empresas estão dando férias coletivas – relata.