Das cinco maiores empresas de Caxias do Sul, três delas vão conceder férias coletivas para os funcionários. Uma vai adotar o modelo de férias seletivas e outra optou por trabalhar normalmente neste período que compreende o final de ano e o início de 2017.
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A Marcopolo dará 20 dias de férias coletivas para seus colaboradores, mas a partir do 9 de janeiro. O gerente de Recursos Humanos, Osmar Piola, conta que a empresa tinha extinguido as férias coletivas até dois anos atrás devido ao volume de produção, porém este será terceiro período consecutivo que a Marcopolo tem optado por essa medida.
– Em época em que tínhamos volumes significativos, não tínhamos férias coletivas. No ano passado, fizemos (as férias) no final de dezembro.
Segundo Piola, o período de descanso foi transferido devido à necessidade de concluir um pedido.
– Neste ano, foram postergadas (as férias coletivas) em uma semana porque temos alguns produtos para serem entregues e que não foram finalizados ainda. Teremos essa primeira semana de janeiro para finalizar esses produtos – diz.
Parte dos 7,2 mil funcionários das Empresas Randon já iniciaram o período de férias coletivas. A empresa adotou o sistema de escalonamento concentrado nos dias 5, 12, 19 e 26 de dezembro, com interrupção de atividades por 20 ou 30 dias, respeitando as características e demandas de cada unidade.
Por meio de nota, a empresa diz que a medida se faz necessária diante da retração econômica que tem atingido por dois anos seguidos toda a cadeia automotiva brasileira e, por consequência, provocado baixa em pedidos de implementos e autopeças.
As unidades industriais situadas em outras cidades, como são os casos de São Leopoldo (RS), Chapecó (SC) e Resende (RJ), acompanharão os períodos de férias de suas matrizes. A Randon Consórcios e o Banco Randon não entram no regime de férias coletivas.
A Neobus deu férias coletivas de 30 dias para seus colaboradores. O período iniciou-se na última segunda-feira. Segundo a assessoria de imprensa, a direção da Neobus aplicou a medida devido à baixa demanda na produção.
Férias seletivas
A Agrale vai concentrar as férias dos seus funcionários no período de 20 dias entre 19 de dezembro e 9 de janeiro. Porém, a empresa trata a medida como férias seletivas. Em torno de 90% dos colaboradores estão parando a partir desta semana.
O gerente de Recursos Humanos, Paulo Ricardo dos Santos, explica que a medida evita a comunicação ao Ministério do Trabalho, como ocorre quando se aplicam as férias coletivas.
– Agrupamos as férias de todos os funcionários que têm direito em um mesmo período determinado. É uma prática antiga e corriqueira da Agrale. As férias coletivas têm uma série de rituais a serem cumpridos.
Santos diz que a medida adotada ocorre devido ao período de baixa no mercado e à redução do trabalho na área comercial devido às festas de Natal e Ano Novo.
– O mercado absorve menos.
Guerra SA trabalha para atender demanda
Após protestos contra demissões e grave crise financeira, a Guerra SA decidiu não dar férias coletivas para seus funcionários para atender à demanda. Normalmente, os trabalhadores tinham de 15 a 20 dias de férias coletivas.
Segundo o diretor Industrial da Guerra, Roberto Antônio Vergani, a decisão de continuar trabalhando normalmente deve-se a dois motivos: a necessidade de atender aos pedidos e aos problemas enfrentados pela empresa nos últimos 60 dias.
– Temos serviço, estamos com demanda e decidimos não parar. Vamos trabalhar normal neste final de ano.
Vergani comenta que a empresa está entrando na fase final da recuperação judicial e que a assembleia de credores deve se realizar no final de janeiro. Ele diz que a carteira de pedidos da empresa para dezembro e janeiro está "boa".
– A empresa necessita continuar trabalhando para fazer caixa. Não podemos parar. Vejo como uma ótima notícia no momento atual da economia do país – analisa.
As únicas duas paradas neste período de final de ano ocorrerão para o levantamento do inventário da empresa, nos dias 29 e 30 de dezembro e 2 e 3 de janeiro.
O que vão fazer
Marcopolo – 9 a 31 de janeiro
Randon – períodos de 20 a 30 dias, a partir dos dias 5, 12, 19 e 26
Agrale – 19 de dezembro a 9 de janeiro (férias seletivas)
Guerra – não vai fazer férias coletivas
Neobus – 30 dias, já iniciados
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André Tajes
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