O Ministério da Agricultura definiu em R$ 0,78 o preço mínimo do quilo da uva industrial para a safra deste ano, um aumento de 11,6%. Na safra passada, o preço mínimo era de R$ 0,70. O valor foi publicado nesta quarta-feira no Diário Oficial da União e vale para as regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil. As informações são da Gaúcha Serra.
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De acordo com Olir Schiavenin, da Comissão Interestadual da Uva, o valor de mercado será maior em decorrência dos problemas da safra, principalmente por conta do calor precoce de agosto de 2015, que antecipou a floração na fruticultura em geral, seguido de geadas em setembro, granizo e muita chuva; a umidade atrapalhou a aplicação de venenos nas lavouras, o que também contribui para a queda da produção. Conforme Schiavenin, uma estimativa para a colheita de uva, que não pode ser dada como definitiva, é de redução pela metade em 2016: cerca de 350 milhões de quilos, contra 707 milhões colhidos no RS em 2015.
Schiavenin aponta que, para o preço mínimo, é tomada a variedade de uva isabel, a mais plantada, que corresponde a mais de um terço de toda a produção de uva. Outras variedades que têm muita demanda pela indústria são mais caras. Mas, mesmo nessa variedade, o custo de produção é maior, estimado em R$ 0,85 pela Comissão e calculado em R$ 0,83 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura. Na prática, o preço de mercado poderá ficar em torno de 30% maior que o preço mínimo, estima Schiavenin.
O preço mínimo é utilizado pela Conab na formulação um manual que serve de base para, entre outros pontos, a concessão de empréstimos para a compra da uva por parte da indústria. O valor foi aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 18 de novembro.
A alta no preço da uva não deve afetar o preço de sucos, vinhos e espumantes. Conforme Schiavenin, o valor não é significativo na composição do preço final das bebidas, em que têm mais impacto os impostos e outros fatores do processo de produção. As vendas de bebidas aumentaram em 2015. O suco de uva integral passou de 70 milhões de litros comercializados em 2014 para 99 milhões em 2015. As vendas de vinhos e espumantes aumentaram em torno de 10%. Só os espumantes registraram aumento de 17,5% de janeiro a novembro de 2015 em relação aos onze primeiros meses de 2014.
Conforme Schiavenin, as vinícolas devem abrir as portas ainda nesta semana para receber as uvas de colheita mais precoce.