O baixo movimento nas lojas caxienses, que persistiu durante todo 2015, vai impactar com força na geração de empregos para o período de ouro das vendas do comércio: o Natal. Historicamente, no último trimestre, lojistas reforçavam as equipes para poder atender melhor o fluxo de consumidores afoitos com as compras de final do ano. A média em Caxias costumava ser de 800 postos temporários, mas neste ano o número não deve passar de 300. A queda de 60%, projetada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), equivale a 500 vagas provisórias a menos. Muitas lojas, porém, sequer vão abrir oportunidades.
- Muitos comerciantes já estão com equipes maiores do que precisam, mas foram conseguindo segurar as demissões. Agora, porém, como estão com um quadro inchado, não terão como contratar - explica Ivonei Pioner, diretor financeiro da CDL.
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A CDL intermedia e orienta as contratações de temporários para os associados e, segundo Pioner, nenhuma solicitação chegou à entidade ainda. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas), Sadi João Donazzolo, também não vê nenhuma movimentação de comerciantes na procura por temporários:
- O treinamento no comércio é bem diferente da indústria. Para uma pessoa entender como é a melhor forma de atender bem leva tempo. Então o que se vê nesse ano é que muitos lojistas estão optando por manter essa mão de obra experiente, mesmo não precisando de tanta gente, mas sem margem para mais ninguém - analisa.
Na Vício Fatal, o normal para o final do ano era contratar 10 funcionários para reforçar o atendimento. Para 2015, nenhum provisório deve integrar o quadro.
- Não estamos prevendo nenhuma contratação. Normalmente chegávamos no final do ano com cerca de 20 funcionários, se incluirmos os temporários. Neste ano, teremos oito - conta Gislaine da Silva Ferreira, gerente da loja.
Segundo Pioner, as poucas vagas que devem ser abertas serão em redes de lojas maiores, motivadas por horários estendidos de final de ano, ou então em estabelecimentos afetados por férias de parte dos funcionários. Neste ano, o comércio caxiense acumula prejuízos de 23,62% nas vendas até agora. Os ramos de informática e telefonia, com baixa de 35,27%, e de eletrodomésticos, móveis e bazar, com queda de 34,67%, são os mais atingidos.
Natal tímido
Comércio de Caxias deve gerar 500 vagas temporárias a menos neste final de ano
CDL prevê queda de 60% nas oportunidades provisórias
Ana Demoliner
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