As mudanças climáticas das últimas semanas causaram danos em várias culturas da agricultura que estão em fase de floração. A produção de pêssego da Serra foi a mais afetada: cerca de 80% das variedades precoces da fruta está perdida.
Embora sejam as geadas que na prática provocam os danos nos pessegueiros - queimando a flor e o frutinho que depois se transformariam no pêssego -, é o calor que é apontado como o problema pelos especialistas. O frio, sozinho, é bom para a fruticultura no inverno.
- Ano passado tivemos temperaturas bem baixas em agosto, mas foi bom porque o clima estava constante. O problema do calor no inverno é que ele antecipa a brotação e depois o frio vem para fazer o estrago - explica o engenheiro agrônomo e assistente regional em fruticultura da Emater Regional de Caxias, Enio Ângelo Todeschini.
Dos três hectares destinados à produção de pêssegos na propriedade de Geraldo Deon, 54 anos, dois são ocupados pela variedade chimarrita e foram fortemente afetados pelo clima neste ano. O agricultor do distrito de Santa Lúcia do Piaí estima que cerca de 80% da cultura precoce foi prejudicada pelas geadas.
A esperança do produtor agora é que o outro hectare, ocupado por variedades tardias da fruta, não sofra com novas oscilações. A média anual de 80 toneladas de pêssego da propriedade, porém, já deve cair bruscamente de qualquer forma.
Para piorar, Deon conta que o seguro da produção não cobre perdas por geadas, apenas por intempéries como granizo e ventania. Mas o agricultor encontrou uma forma de tentar compensar os constantes danos provocados pelo clima:
- Tenho produção de morango, tomate, ameixa e outros hortifrúti também. Como algumas têm ciclos menores e não de um ano, como o pêssego, fica mais fácil recuperar quando o tempo não ajuda. Hoje em dia, não se pode mais depender de uma cultura só.
Fruticultura
Oscilações no clima causam perdas de até 80% na produção de pêssegos da Serra
Temperaturas baixas intercaladas com calor intenso danificaram variedades precoces
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