Em meio a uma grande curiosidade por novidades, foi aberta nesta terça-feira a 18ª edição do Salão Internacional do Vinho (ExpoVinis Brasil), maior feira do setor vitivinícola no país, em São Paulo. A expectativa não recaía tanto sobre lançamentos ou novas safras, mas principalmente no formato do evento, que mudou de mãos em 2013. Sensivelmente menor e sentindo a falta de expositores tradicionais, não decepcionou no primeiro de seus três dias.
Nessa nova gestão, agora da SIAL Brasil Feiras Profissionais, as ausências mais percebidas estavam entre as principais importadoras e algumas vinícolas brasileiras. A Casa Valduga, por exemplo, preferiu realizar uma degustação paralela, também em São Paulo, no mesmo dia. Já a Miolo estava entre as que ajudaram a diminuir a área da ExpoVinis, migrando do tradicional estande próprio para a estrutura coletiva Vinhos do Brasil, que reúne 20 cantinas de diferentes regiões do país.
O espaço é um dos maiores da feira e mostra a aposta que as empresas do setor estão fazendo na Copa do Mundo como instrumento de divulgação. Ambientado em verde e amarelo, com grama sintética e equipe uniformizada, foi palco para um dos grandes gols do vinho brasileiro em 2014. A assinatura, ontem, de um convênio entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para a qualificação de estabelecimentos como bares e restaurantes para a venda de rótulos nacionais.
A proposta é ajudá-los a vender mais garrafas - produto de alto valor agregado - ao montar cartas de vinho, ministrar cursos às equipes e aproximá-los das vinícolas, entre outras ações. O setor, logicamente, sai beneficiado pelo reforço de seus canais de distribuição. A parceria representa um investimento de R$ 4,3 milhões e pretende atingir cerca de 3 mil pessoas do segmento de alimentação fora do lar, em 16 estados. A expectativa é elevar a venda de vinhos em 15% nos próximos dois anos.
Ainda que os reflexos da iniciativa possam não ser sentidos até o mundial, o clima já é de vitória.
- Num ano de Copa, com a expectativa de bons resultados do Brasil, tomara que possamos comemorar assim, com taças cheias de espumantes nacionais - disse Carlos Paviani, diretor executivo do Ibravin ao brindar a assinatura.
:: TOP TEN EXPOVINIS ::
Os vinhos destacados na degustação às cegas que abriu o evento:
Espumante nacional: Gran Legado Brut Champenoise (Serra Gaúcha)
Espumante importado: Champagne Lanson Brut (França)
Branco nacional: Pericó Vigneto Sauvignon Blanc (Planalto Catarinense)
Branco importado: Boschendal Elgin Chardonnay (África do Sul)
Rosado: Remy Pannier Rose D'Anjou (França)
Tinto Nacional: Guatambu Rastros do Pampa Tannat (Campanha Gaúcha)
Tinto Novo Mundo: Casillero del Diablo Devil's Collection (Chile)
Tinto Velho Mundo Itália/França: Le Vigne Di Sammarco Solemnis Primitivo Salento IPG (Itália)
Tinto Velho Mundo Península Ibérica: Scala Coeli (Portugal)
Fortificados e Doces: Andresen Porto White 10 Years (Portugal)
*Jornalista, assina a coluna Enoteca, publicada no Pioneiro aos finais de semana