A Vinícola Peterlongo, de Garibaldi, comemora no dia 26 deste setembro de 2013 o centenário do primeiro champagne produzido no Brasil. Isso mesmo, apesar de a denominação champagne ter controle de origem francesa, a empresa da Serra gaúcha conseguiu na Justiça o direito de uso, embasada em fatos e provas históricas.
Assista e ouça um audioslide sobre a empresa
A longa história da empresa é que garantiu o uso do termo, decisão válida apenas dentro do Brasil. A Peterlongo produziu o primeiro champanha (termo na língua portuguesa) em 1913, período anterior ao registro de denominação de origem controlada, em 1927, na Região de Champagne, Nordeste da França. Entre as provas que a empresa apresentou na Justiça está uma medalha de ouro que um champanha produzido na vinícola garibaldense conquistou em 1913.
Graças a isso, no próximo dia 26, a empresa da Serra gaúcha festejará um século da bebida. Será um brinde a uma grande história de sucesso que começou no fim do século 17, com a chegada dos imigrantes italianos que colonizaram a região.
Entre os estrangeiros que chegaram ao país estava o agrimensor Manoel Peterlongo, grande conhecedor de terras e visionário o suficiente para detectar que a vila ou colônia de Conde d'Eu, hoje Garibaldi, era o lugar ideal para concretizar seu sonho de construir uma vinícola.
Com a morte de Manoel, em 1924, o legado teve continuidade com Armando, o único filho homem - um dos costumes trazidos pelos imigrantes era de que os negócios da família precisavam ser conduzidos pelos sucessores do sexo masculino.
Armando cumpriu com esmero a missão deixada pelo pai. Dentro da sua gestão, um dos episódios mais marcantes foi na visita da rainha Elizabeth II, do Reino Unido, ao Brasil. Como Armando Peterlongo era muito amigo do então presidente Getúlio Vargas, em 1930, o chefe da nação encomendou um lote de champagne brut para oferecer para a rainha em visita que ela fez ao Rio de Janeiro, onde ficava a sede do governo antes da construção de Brasília.
Cerca de 10 anos depois, durante a Segunda Guerra, a Peterlongo conseguiu fechar um contrato de exportação para os Estados Unidos. A bebida era usada em batismos de aviões e navios de guerra, entre outras formas.
Todos esses episódios estão em fotografias e registros no Museu Manoel Peterlongo, dentro da empresa, um dos temas do roteiro de visitação turística aberto ao público em geral. As pessoas podem conhecer o processo produtivo atual e histórico da empresa, onde estão pipas ovaladas de madeira grapia, de 6 mil a 12 mil litros, adquiridas em 1950, mesmo ano da chegada da televisão no Brasil, quando Assis Chateaubriand criou a TV Tupi.
No passeio, o público também passa por pipas menores, de carvalho, onde há 10, 12 anos repousa um conhaque. A empresa ainda está decidindo o que fará com a bebida, mas uma das hipóteses é de que ela seja engarrafada e vendida no rol de produtos em comemoração a outro centenário, em 2015, que marcará um século do registro do CNPJ da empresa (1915).
Alguns produtos
::: Champanha
::: Espumantes
::: Vinhos
::: Sucos de uva
::: Refrigerante de uva, sem álcool
Produção em 2012
::: 499.602 caixas (de seis ou 12 garrafas)
::: 4,6 milhões de garrafas
Roteiro de visitação na empresa
::: Tanques de fermentação
::: Pipas de madeira de guarda
::: Barris de carvalho
::: Espaço de guarda
::: Museu de máquinas e papel
::: Primeira cave subterrânea do Brasil
::: Túnel histórico
Horários
::: Visitação mediante agendamento pelo telefone (54) 3462-1355 ou e-mail varejo@peterlongo.com.br
::: Horário da visitação: 9h às 16h, todos os dias
::: Horário do varejo: 9h às 17h30min, todos os dias.
::: Duração: 50 minutos de visita guiada
::: Custo da visitação: R$ 15 (o valor é revertido em compras de produtos, no varejo, ao final da visita)
::: Endereço: Rua Manoel Peterlongo, 216, Centro, Garibaldi (RS)
Economia
Vinícola Peterlongo, de Garibaldi, comemora o centenário do primeiro champagne do Brasil
Evento no dia 26 de setembro marcará a solenidade alusiva ao produto fabricado pela empresa em 1913
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