Calcular tributação sobre produtos, pleitear acionistas no mercado e monitorar estoques. Essas ações, tão comuns em boa parte das empresas, ultrapassaram os limites corporativos nas últimas semanas e invadiram sete escolas caxienses. O resultado desse trabalho realizado por cerca de 120 alunos da cidade poderá ser conferido por quem passar pelo Shopping Estação San Pelegrino entre esta terça-feira e domingo, na Feira do Programa Miniempresa.
A iniciativa abrange estudantes do 2º ano do Ensino Médio e já está na 17ª edição. Patrick Mezzomo, presidente do Departamento de Jovens Empresários da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), entidade que desenvolve o programa juntamente com a Junior Achievement, conta que os alunos trabalham no projeto durante 15 semanas e aprendem, na prática, como funciona as etapas de uma empresa de verdade.
Cada uma das miniempresas conta com um presidente e quatro diretores (Marketing, Produção, Finanças e Recursos Humanos). Os titulares de cada um desses cargos são alunos escolhidos pelos próprios colegas do projeto e, quatro voluntários do mercado real que já trabalham em cada um dos setores, visitam a miniempresa periodicamente para serem espécies de conselheiros do grupo.
- O mais interessante é justamente isso: a gente não toma nenhuma decisão por eles. Os alunos são, sim, orientados pelos voluntários sobre temas que desconhecem, mas todas as decisões - desde a escolha do produto, até as estratégias de vendas, são dos estudantes - explica Mezzomo.
Uma das escolas participantes do projeto é o Cetec da UCS. Enquanto assistia televisão em um dia frio enrolada em um cobertor, Amanda Vanset, 15 anos, aluna do 2º ano da escola, percebeu que trocar de canal era uma tarefa complicada, já que tinha que tirar os braços do quentinho proporcionado pelas cobertas. Naquela dia, a estudante acabou percebendo que uma versão com mangas do produto seria extremamente útil para os caxienses enfrentarem o inverno rigoroso da cidade.
Com isso mente, Amanda apresentou um protótipo do produto na fase da miniempresa em que era preciso decidir um produto. A ideia da menina foi a mais votada pelos colegas e desde então o cobertor com mangas tem sido confeccionado e comercializado pela B-Warm, empresa criada pelos estudantes do Cetec neste ano.
- Inicialmente íamos fazer uma versão com capuz, mas como ficaria muito parecido com um roupão e ele não poderia ser vestido na parte da frente do corpo, optamos por deixar sem e ampliar as formas de uso - explica Isabela Vicenzi, 15 anos, presidente da miniempresa da escola.
O produto está sendo comercializado a R$ 50 e as meninas já adiantam que, mesmo sem a feira deste ano ter começado, a empresa já está com dinheiro em caixa devido às vendas para amigos e familiares.
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