O popular feijão, alimento praticamente diário nas refeições de boa parte dos brasileiros juntamente com o arroz, está ficando cada vez mais salgado para o bolso do consumidor. Conforme dados da Ceasa/Serra, o quilo do feijão preto passou de R$ 3,17 registrado na primeira quinzena de março, para R$ 3,33 na primeira quinzena de abril, o que correspondeu a um aumento de 5,04% em poucos dias. A projeção dos especialistas, porém, é que esse valor aumente ainda mais nas próximas semanas.
De acordo com o economista e sócio-diretor da Global Financial Advisor, Miguel Daoud, depois do tomate, o feijão é o item que assumirá o posto de vilão da cesta básica. O aumento, segundo Daoud, está ligado ao fato do governo, via Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), não ter reunido condições para fazer preço mínimo (estocagem) no ano passado.
Nos supermercados caxienses, conta Jorge Salvador, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sindigêneros), uma tendência crescente no valor do produto já pode ser notada. A quebra de safra, aliada à alta procura, são os principais motivos apontados por ele para o crescimento.
- Como o feijão é um item básico nas compras do consumidor, a tendência é que ele siga aumentando de preço em função dessa alta procura. É importante, portanto, que as pessoas pensem em substituições para o produto não subir ainda mais - explica.
Essa troca por produtos similares, porém, pode acabar puxando para cima o valor de outros produtos, como o da lentilha. Antonio Garbin, gerente técnico-operacional da Adcointer Ceasa/Serra, lembra que os preços de boa parte das hortaliças aumentaram quando o tomate subiu justamente pelo costume do consumidor de fazer a substituição.
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