A movimentação de caminhões no entorno da Ceasa-Serra/Adcointer nas terças e quintas-feiras pode ser vista como um prenúncio de que a feira de logo mais será movimentada. Já a partir das 8h30min, horas antes do comércio de hortifrutigranjeiros da Ceasa começar - o espaço abre às 15h -, mais de uma dúzia de feirantes inicia a troca de caixas de mercadorias na Capitão Artemin Karan, rua do bairro Santa Lúcia que fica aos fundos da central de abastecimento, representando um comércio paralelo e desleal ao setor.
Essa concorrência faz com o Ceasa perca de 25% a 30% de sua fatia de mercado. Muitos agricultores e atacadistas alegam que o horário de abertura da Ceasa no meio da tarde é prejudicial aos seus negócios, forçando a informalidade:
- É um comércio paralelo, irregular e desleal, já que a maioria que vende nesse espaço não dá nota fiscal e não paga taxas. Com isso, consegue oferecer produtos mais baratos. É injusto com quem paga os seus espaços e é regularizado - critica Antonio Garbin, gerente-técnico operacional da Adcointer Ceasa/Serra.
A prática já é antiga, segundo moradores do bairro e a própria administração do Ceasa, e se intensifica em épocas de safra.
- Legalmente não temos atribuição, não há o que fazer pois acontece na rua. É um problema histórico, vem de muito tempo. Tem períodos que se intensifica, outros é menor - explica o diretor-presidente do Ceasa-Serra/Adcointer, Araí Horn, que também é secretário municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Pois Garbin não concorda e acredita que o município, que deve exigir alvará de funcionamento, e o Estado, que perde em ICMS, precisam agir em conjunto com a Brigada Militar para coibir esse comércio irregular.
- O Estado e o município têm de agir em conjunto para fiscalizar, notificar e apreender as mercadorias desses produtores por não terem alvará de funcionamento e por venderem sem nota fiscal. Se isso fosse feito apenas uma vez, mudaria a situação - salienta.
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