O consumidor já está acostumado: alterações (para cima) nas contas e serviços são comuns no início do ano. Em 2013, porém, as mudanças parecem estar ainda mais pesadas que o normal para o bolso do caxiense. Entre os aumentos que mais impactaram no orçamento destacam-se o reajuste municipal da água de 19,6% (previsto para chegar nas contas em março) e a alta nacional da gasolina em cerca de 6% e no diesel em 5,5% (que impera nas bombas desde o final de janeiro).
Por outro lado, os brasileiros tiveram pelo menos uma boa notícia neste ano: a próxima conta de energia elétrica deve chegar nas casas dos consumidores 22% mais barata. Essa redução isolada, entretanto, provavelmente será insuficiente para fazer a balança de contas do caxiense pender para o lado positivo.
Conforme Maria Carolina Gullo, diretora do Centro de Ciências Econômicas, Contábeis e Comércio Internacional da Universidade de Caxias do Sul (UCS), o impacto na redução da luz se dará principalmente na cadeia produtiva (nas empresas, a diminuição na tarifa deve chegar a 32%). Para o consumidor, porém, a diferença na conta não deve ser fortemente notada.
No caso do encanador Zeferino Pacher de Abreu, o seu Zifa, 57 anos, por exemplo, que costuma pagar R$ 160 mensalmente pela tarifa, o desembolso a partir do próximo mês deve ser de cerca de R$ 125. A economia de R$ 35 até seria comemorada se ele não já não estivesse sentindo muitos outros aumentos neste ano.
Nos gastos com a gasolina, seu Zifa viu os R$ 60 semanais passarem para R$ 80 desde o início de fevereiro. Os R$ 35 que devem ser economizados com a energia elétrica, portanto, estão longe de serem equiparados com o acréscimo de cerca R$ 80 mensais do combustível.
- Não ganho um aumento de salário maior que a inflação há mais de 20 anos, mas os reajustes das contas são sempre superiores a isso - constata o encanador.
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