Contar a história de uma das maiores fabricantes de ônibus do mundo, com foco nas pessoas, não é tarefa simples. Apresentado ontem para a imprensa e convidados, o livro "Marcopolo, sua viagem começa aqui" traz relatos de quem ajudou a construir essa história.
Com mais de 300 páginas, a publicação traz entrevistas com 93 participantes, entre eles colaboradores, clientes e ex-funcionários. As entrevistas foram coletadas e transcritas pela jornalista Suzana Naiditch, que buscou trabalhar os textos com estilo de revista.
Para contar a história de uma maneira diferente, a ideia foi buscar depoimentos com os próprios funcionários, e fugir das cifras de faturamento ou ainda da biografia dos fundadores.
- A razão de fazer o livro foi homenagear essas pessoas. Estava proibido fazer biografia do fundador - brinca Paulo Bellini, diretor emérito e fundador da Marcopolo.
A cultura de trabalho Marcopolo, que defende o diálogo e a sugestão de ideias entre os funcionários e gestores, é um dos pontos defendidos por Bellini para o sucesso da empresa. A implementação de técnicas japonesas de administração e produção, na década de 1980, mudaram para melhor a maneira de trabalhar.
- Nosso negócio exige que todos os colaboradores estejam motivados. Se isso ocorre, 90% dos problemas que surgirem serão solucionados - pondera.
Na apresentação do livro, Bellini lembrou ainda da evolução sofrida pela empresa. Quando começou, em 1949, eram 17 funcionários, e era preciso 90 dias para um ônibus ficar pronto. Atualmente, são mais de 22 mil funcionários em todo o mundo, com previsão de fabricar 32,5 mil ônibus somente este ano. Evolução esta que, reforçada pelo diretor da Marcopolo Valter Gomes Pinto, é mérito de todos.
- Quem fez isso acontecer? O nosso pessoal. Estes são os nossos primeiros 63 anos, pois continuamos apostando no nosso negócio - sintetiza.
Sobre o mercado de ônibus, o diretor fez uma ressalva sobre o compromisso da Marcopolo em incentivar a utilização de transporte coletivo, na busca por uma maneira de vida mais sustentável. Valter acredita que, para que a utilização de ônibus aconteça em grande escala, são necessários investimentos.
- É preciso um pouco mais de infraestrutura para tornarmos o planeta mais verde. Nosso trabalho de incentivar o uso do ônibus nós fazemos, mas é preciso mais - critica.
O prefácio da publicação é assinado por Marcus Vinícius Pratini de Moraes, economista e ex-ministro. Publicado pela editora Campus/Elsevier, a primeira edição será lançada no próximo dia 12 de dezembro, na Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, em São Paulo. A tiragem inicial é de 3 mil exemplares.
Apresentação
Livro reúne histórias de quem faz parte da trajetória da Marcopolo
São mais de 90 entrevistas com ex-funcionários, clientes e colaboradores
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