Acostumada a impulsionar os índices econômicos de Caxias, a indústria desacelerou em 2012 e acabou acumulando, de janeiro até agosto, uma queda de 5% no desempenho. Os números de geração de emprego impressionam ainda mais. Se antes a indústria era quem mais contratava em Caxias e estimulava inclusive a vinda de centenas de imigrantes que estavam em busca de emprego, agora o setor apresenta um índice negativo de 536 postos de trabalho nos últimos 12 meses.
Esses alarmantes dados fazem parte do relatório mais recente divulgado pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) sobre o desempenho da economia da cidade. De acordo com o diretor do departamento de Economia, Finanças e Estatística da entidade, Mauro Corsetti, uma queda no setor até era esperada, mas não com proporções tão consideráveis:
- Vínhamos em um processo de desaceleração desde o final de 2011, mas esperávamos que o pouso fosse mais suave. Na verdade, ele acabou sendo extremamente forçado.
Corsetti acredita que os principais fatores que ocasionaram essa queda no setor foram as políticas econômicas adotadas pelo país e também a situação internacional no geral. Segundo o diretor, a facilitação de forma exagerada para a importação de produtos asiáticos (especialmente da China), contribuiu para o baixo desempenho do setor.
- As medidas adotadas recentemente pelo governo já estão impactando positivamente e devem favorecer ainda mais o setor nos próximos quatro meses, mas elas são paliativas. Enquanto não forem feitas reformas estruturais significativas nos sistemas tributário, trabalhista e de infraestrtura, o Brasil continuará sendo pouco competitivo e nunca crescerá mais que 4% por ano - acredita
Até agosto, no acumulado de 12 meses, a indústria caxiense apresenta um desempenho negativo de 3,6%. Em função disso, Corsetti destaca que mesmo que nos últimos quatro meses o setor se recupere, dificilmente fechará o ano com salto positivo.
O presidente da CIC, Carlos Heinen, é um pouco mais otimista que Corsetti e acredita que a indústria caxiense não fechará 2012 com um índice negativo. De acordo com ele, apesar da geração de emprego ainda estar bem abaixo do que o normal, a produção industrial está começando a apresentar claros sinais de retomada.
Apesar da maioria das indústrias brasileiras projetar o fechamento do ano com uma redução nas atividades ou então com um aumento pequeno, há também algumas poucas quem têm muito o que comemorar. Um exemplo disso é a caxiense Unylaser, empresa pertencente ao grupo PCP Steel, que prevê um crescimento de 50% neste ano em relação a 2011.
Segundo o diretor-geral do grupo, Humberto Cervelin, o aumento no faturamento é resultado de um trabalho que iniciou ainda em 2010, quando a empresa desenvolveu um novo planejamento estratégico. Na época, a Unylaser passou a ser, além de prestadora de serviços, fabricante de componentes metálicos diversos para guindastes, implementos rodoviários e máquinas agrícolas.
O diretor-geral também ressalta que o investimento na tecnologia foi uma importante alavanca para o crescimento da empresa. Além disso, a busca de diferenciais é apontada por ele como fator importante para o crescimento.
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