A iniciativa do candidato do PSDB, José Serra, de prometer um salário mínimo de R$ 600 para 2011 vai colocar o atual governo e as centrais sindicais numa saia justa. Já está acertado que, no caso de vitória da candidata petista Dilma Rousseff, haverá uma negociação, ainda este ano, para decidir o valor do piso salarial.
- As centrais vão defender R$ 560. Vamos defender a política permanente de ganho real no salário mínimo - afirma o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva Santos.
A CUT é a principal aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no meio sindical.
- Não interessa dar R$ 600, já em 2011, e depois não ter política nenhuma, como o PSDB sempre faz - diz o líder sindical.
Não é certo, porém, que as centrais estejam fechadas em torno dos R$ 560.
- Você não vai ver as centrais sindicais marchando contra um aumento maior do salário mínimo. Se der para chegar em R$ 600, 610, 650, as centrais não vão brigar contra isso - avalia o primeiro secretário da Força Sindical, Sérgio Luiz Leite.
Ele ressalva que os sindicalistas não vão se pautar pela proposta "eleitoreira" de Serra.
- A eleição deturpou a conversa - admite o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antônio Neto.
O líder sindical disse não ter ideia sobre qual será a proposta das centrais para o governo, mas explicou que os sindicalistas deverão buscar um entendimento antes de dialogar com o Planalto. O sindicalista também classificou a proposta de Serra de "eleitoreira" e defendeu a política de ganho real de salário mínimo acordada com o atual governo, em vez de um mínimo de R$ 600 e "10 anos sem nada".
Economia
Salário mínimo de R$ 600 divide sindicalistas
Valor proposto pelo candidato do PSDB à presidência gera debates e dúvidas entre líderes das centrais sindicais
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