Além de contemplar os jardins que formam uma das paisagens mais deslumbrantes da região, quem for ao Mátria Parque de Flores, em São Francisco de Paula, neste sábado, irá se deliciar também com o talento de uma artista que há 45 anos se dedica a tocar e cantar o choro e o samba. A carioca Nilze Carvalho chega como atração principal do terceiro Festival de Choro da Serra Gaúcha, evento gratuito que celebra a música brasileira em sua essência.
Embora seja multi-instrumentista, é com o bandolim que Nilze, indicada ao Grammy Latino pelo álbum Verde Amarelo Negro Anil (2015), subirá a Serra acompanhada dos músicos gaúchos Mathias Pinto (violão 7 cordas), Bruno Silva (trompete), Cabelinho do Cavaco (cavaquinho) e Guilherme Sanches (pandeiro). No repertório, a cantora, que atendeu a reportagem por telefone, antecipa que o público irá escutar pérolas eternizadas por Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Elizeth Cardoso, entre outras referências.
- O choro me acompanha desde os cinco anos, quando apareceu o primeiro cavaquinho na minha casa e eu fui logo aprender como se tirava som daquilo. Meu pai era trompetista (Cristino Ricardo), então a música já era parte da família. No show canto algumas destas composições que me acompanham pela vida toda, como Murmurando (Jacob), Naquele Tempo (Pixinguinha), Odeon (Nazareth), além de alguns sambas de Dona Ivone Lara e algumas composições que assino junto com meu pai, como Dá Um Jeito e Choro de Menina - comenta.
Nilze, que já se apresentou diversas vezes em Porto Alegre, mas que vem pela primeira vez à Serra, comenta que ter sido iniciada na escola do choro foi fundamental para construir uma carreira marcada pelo reconhecimento de artistas como João Bosco e Teresa Cristina, dois parceiros que participam do seu álbum mais recente Nos Combates da Vida (2024):
- Gosto de dizer que o choro facilitou minha vida, porque é um gênero musical muito exigente, as composições são muito rebuscadas, especialmente a parte instrumental que foi a primeira que me atraiu para a música. Depois que você domina o choro, tudo que vem depois vem mais facilmente.
O sábado ainda irá contar com o conjunto caxiense Descendo a Serra, o duo Luiz Machado e Paulo Carvalho prestando tributo ao mestre Waldir Azevedo, além dos grupos Barbarizando o Choro, de Porto Alegre, e Nosso Choro, de Pelotas, com o saxofonista Rafael Velloso. Também haverá apresentação do projeto Oficina de Choro, de Porto Alegre, reunindo os músicos que irão acompanhar Nilze Carvalho
Na manhã de domingo, seguindo a tradição iniciada nas edições anteriores, uma roda de choro com músicos participantes do festival irá animar os visitantes do Lago São Bernardo, cartão-postal de São Chico.
O Festival de Choro da Serra gaúcha é realizado por Branco Produções, Oficina de Choro, Polo Comunicações e Som Brasil Produtora, com patrocínio master da prefeitura de São Francisco de Paula.
PROGRAME-SE
O quê: 3º Festival de Choro da Serra Gaúcha
Quando: de sexta (2) a domingo (4)*
* na segunda-feira haverá oficinas nas escolas municipais, restritas aos estudantes
Onde: São Francisco de Paula (Largo da Prefeitura, Mátria Parque de Flores e Lago São Bernardo)
Quanto: evento gratuito (o acesso gratuito ao Mátria Parque será exclusivo ao boulevard, onde ocorre o evento. Para visita aos jardins será cobrado ingresso à parte)
DESTAQUES
Sexta-feira, às 16h
Onde: Prefeitura Municipal de São Francisco de Paula
Show de Abertura, com vários artistas
Sábado, das 15h às 21h
Onde: Mátria Parque de Flores (boulevard)
Descendo a Serra (Caxias do Sul)
Luiz Machado e Paulo Carvalho: Especial Waldir Azevedo (POA)
Bruno Silva - Trompete (Rio de Janeiro)
Grupo Barbarizando o Choro ( POA)
Oficina de Choro de Porto Alegre
Rafael Velloso e grupo Nosso Choro (Pelotas)
Nilze Carvalho (Rio de Janeiro)
Domingo, às 11h
Onde: Lago São Bernardo
Roda de Choro de encerramento (em caso de chuva será cancelada)