A Biblioteca Central da Universidade de Caxias do Sul (UCS) se tornou oficialmente a casa do acervo da Academia Caxiense de Letras, na noite desta sexta-feira. Uma cerimônia no início da noite, reunindo personalidades e autoridades do meio cultural em Caxias, marcou a formalização do compromisso.
Além das estantes reservadas para o acervo de mais de 1,6 mil livros e mais de 200 periódicos, a sala poderá ser utilizada pela Academia para suas reuniões, que ocorrem no segundo sábado de cada mês. A vice-presidente da ACL, a bibliotecária Domingas Colombo Giacomin, destacou o quanto a entidade é grata pela parceria com a Universidade.
- É um evento histórico para nós. A ACL comemorou 60 anos no ano passado, e nós não tínhamos uma sede própria para nossas reuniões e para o nosso acervo de livros e periódicos. A UCS abraçou a nossa causa e abriu as portas, cedendo um espaço que ficou muito bonito. Nosso sentimento é de muita gratidão - diz a bibliotecária.
Num primeiro momento o espaço na Biblioteca Central será reservado a membros da ACL e à comunidade acadêmica, mas a intenção é torná-lo aberto ao público geral no futuro. Embora seja formado prioritariamente por obras de autores caxienses, o acervo tem como patrono um alegretense, o poeta Mário Quintana (1906-1994), que passa a dar nome para a coleção de livros.
Como padrinho foi anunciado o reitor da UCS, Gelson Leonardo Rech, que, em sua fala, citou o fato de ambas as instituições terem surgido nos anos 1960 (a ACL em 1962 e a UCS em 1967).
- Desde 2019 nossa universidade acolhe as reuniões da ACL e agora isso evoluiu para termos a guarda dos livros, o que se dá por acreditarmos no valor da literatura e da cultura, que tem tudo a ver com a nossa instituição. Nascemos numa década de ebulição de Caxias do Sul, da mesma necessidade de afirmação da intelectualidade caxiense e regional. São duas histórias de fundo muito semelhantes. Pessoalmente, tenho a crença pessoal de que a cultura e o conhecimento científico salvam. Nós não nascemos humanos, mas vamos nos constituindo humanos ao longo da vida. E a literatura ajuda muito - ressaltou o reitor.
A presidenta da ACL, Roberta Giovanaz Spader, destacou o simbolismo do momento para a entidade, que deixará de ser "andarilha" e de depender das gestões municipais para poder ter um local de reuniões. Roberta também comentou a escolha de Gelson Rech como padrinho:
- No ano passado, quando houve a homenagem pelos 60 anos da Academia na Câmara Municipal, o reitor abriu um espaço na sua agenda, que a gente sabe o quanto é concorrida, para esteve presente. Nós achamos aquele gesto muito bonito e significativo do valor que ele dá à entidade. Por isso é muito justo e simbólico que o reitor seja o padrinho deste acervo.
Numa das paredes da sala que será ocupada pela ACL estão 19 quadros com retratos dos ex-presidentes da entidade, que teve como primeiro mandatário o político, poeta e escritor Cyro de Lavra Pinto (1900-1980). O espaço ainda reúne placas comemorativas e honrarias entregues à entidade.