Antes mesmo de começarem os shows da terceira noite do 13º Mississippi Delta Blues Festival (MDBF), neste sábado (19), haviam uma grande expectativa pelo reencontro da Lucille Band. Quando o Fher Costa subiu ao palco New Roxy, o principal do evento e que foi erguido no espaço coberto onde se realizam as provas de rodeio, no Parque da Festa da Uva, o público veio ao delírio.
Já era madrugada de domingo (20), quando a Lucille desfilou o repertório que os fãs bem conhecem, principalmente os das mais antigas, que viram a banda tocar em casas noturnas caxienses que nem existem mais, como o Ópera Prima e o Quinta Estação. E muitos estavam com saudades de cantar a uma só voz com a Fran Duarte o clássico que inspirou o nome da banda, Lucille, de Little Richard.
Mais do que especial foi a participação do saxofonista carioca Beto Saroldi, que já tocou com artistas de peso como Erasmo Carlos, Gilberto Gil, Barão Vermelho, Capital Inicial, Guilherme Arantes, Fagner, Lulu Santos, Roberto Carlos, Jim Capaldi, entre muitos outros.
Novo espaço
A escolha de um novo local para realizar o festival parece ter caído na graça do público. Pela primeira vez, em 13 edições, o MDBF saiu da Estação Férrea, onde nasceu, para ser produzido em uma área bem maior, em meio às réplicas da Festa da Uva e com palcos montados também na cancha de rodeios e no espaço onde ocorria o espetáculo Som e Luz. A outra estreia desta edição foi o acampamento. Conforme o idealizador do MDBF, o empresário Toyo Bagoso, o acampamento contou com poucos participantes neste ano.
— Vieram poucos, alguns músicos e o pessoal da produção, mas tínhamos de começar de alguma forma. É bem tradicional nos festivais dos Estados Unidos e acho que mais pessoas vão participar na próxima edição — defende Toyo.
A respeito da aceitação do público neste novo espaço para comportar o festival, Toyo revela que está bastante apreensivo quanto a isso. Mas diz que tem recebido bons feedbacks do público. Para 2023 o MDBF deve continuar a ser realizado no Parque da Festa da Uva.
— O maior desafio deste ano foi entender a geografia do terreno, porque tem várias áreas irregulares. Para o ano que vem já estaremos mais seguros pra saber quais pontos podemos ter energia elétrica e distribuir para as demais áreas, por exemplo — explica.
E para além disso tudo, que envolve a organização e produção do evento, que conta sempre com imprevistos de toda sorte, como a substituição de músicos poucos dias antes do festival iniciar, Toyo diz que a realização desta edição ocorre em um momento muito especial.
— Temos aqui músicos que estão no festival e que perderam pessoas próximas da família, gente que perdeu o pai ou a mãe pra covid. Estamos em um evento com aglomeração em que ainda tem muita gente traumatizada. Então, só o fato de estar acontecendo o festival eu já estou feliz. E quando alguém vem reclamar de algo eu digo: "Galera, estamos vivos".
Confira galeria de imagens da terceira noite do festival
Programação no domingo
E neste domingo (20) tem mais MDBF, a partir das 15h. A saideira será no palco Ground Zero, com a participação dos Quartetos de Câmara da Orquestra de Caxias do Sul, seguida de Jam Session com músicos participantes do festival. E lembrando que a entrada é gratuita.