Para gravar o primeiro trabalho autoral, a cantora e multi-instrumentista caxiense Ana Ballardin afinou seu violão Takamine em 432 hertz, frequência que, de acordo com alguns estudos, amplia a consciência e alinha as células do corpo. Esse conceito de cura, aliás, está bem presente em toda a concepção do EP de três faixas, que chegou recentemente nas plataformas de streaming. Batizada de O Amor é a Resposta, a obra propõe reflexão por meio das letras, envoltas numa roupagem acústica e tranquila.
— Quando a gente está em conexão com a gente mesmo, que é o que fala a primeira música; quando a gente toma consciência de nossa responsabilidade com o todo, tema da segunda música; aí vem a terceira música sugerindo que olhemos para a nossa missão na terra. Mesmo quando estiver difícil, o universo vai proporcionar aquilo que a gente precisa — defende Ana, conectando o conteúdo das três canções do EP.
Esse propósito artístico de Ana tem muito a ver com sua devoção a descobrir as funções terapêuticas da música e reflete seus estudos na área da medicina Ayurveda. Tudo se intensificou há cerca de dois anos e acabou se materializando agora, por meio de seu EP autoral de estreia.
— Sempre busquei uma forma de ajudar as pessoas, mas eu ainda não tinha enxergado a música como essa ferramenta essencial, agora sim posso sentir isso. Essas músicas vieram depois de pedidos para o universo de que ele me mandasse mensagens com as quais eu pudesse alcançar mais pessoas. Foi um momento de conexão total — conceitua ela, sobre a obra produzida pela LG Música, de São Sebastião do Caí.
Com 30 anos, a trajetória de Ana Ballardin na música também possui muitos outros caminhos. Ela começou bem novinha, aos cinco, cantando e tocando dentro da Igreja Evangélica. Foi lá que aprendeu instrumentos como o violão, o teclado e a flauta. Em 2012, já desligada do ambiente gospel, a cantora investiu em vídeos interpretando covers no YouTube. Acabou ficando conhecida nesse meio, o que a levou a um outro momento importante: o pontapé inicial para os shows ao vivo.
— Meu sonho era ter um violão Takamine. Tinha tocado um numa loja de música aqui em Caxias e ficou sempre na minha cabeça. Fui para Porto Alegre para trabalhar pensando em juntar dinheiro para comprar esse violão para poder fazer show, porque era um violão elétrico. Acho que por conta da minha visibilidade no YouTube, a história acabou indo parar numa reportagem de tevê e a marca me mandou o violão. Foi aí que comecei a fazer shows ao vivo — relata.
Nas apresentações em palcos de barzinhos e conduzindo o som em festas de casamento e formatura, Ana ganhou outra bagagem que ainda mantém viva em seu som: a do rock. Suas influências musicais passam por nomes como Queen, Led Zeppelin, Alanis Morrisette e The Cranberries.
— Meu próximo disco, que já está em fase de formatação, terá um clima bem puxado para o progressivo do Pink Floyd — adianta ela, que também tem formação como DJ.
PARA OUVIR
- O quê: EP "O Amor é a Resposta", de Ana Ballardin
- Onde: escute aqui