* O Casa e Cia é produzido pela jornalista Alessandra Rech especialmente para o Almanaque. (E-mail: palavrear@gmail.com)
Foi uma jornada de autoconhecimento e espiritualidade que levou o arquiteto Rodrigo Dallegrave a se aprofundar nos estudos do Vastu Shastra. Do sânscrito, vastu significa “residir” e shastra “ensinamentos”. A ciência milenar da arquitetura indiana é extraída dos Vedas. Fornece os princípios para a construção, design, estética e disposição de residências, templos, torres e mesmo cidades, de forma que essas edificações sigam o fluxo da natureza para melhor aproveitar a força vital, ou o prana.
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Dallegrave explica a importância de contemplar posição solar e direções cardeais, de forma a captar harmonicamente a energia sutil. A partir de sua formação, se dispõe a oferecer consultoria para clientes que desejem “curar” os ambientes por meio de estratégias simples ou mesmo arquitetos que queiram agregar à planta aprimoramentos que contemplem o nível energético.
– Na prática, Vastu Shastra se preocupa em produzir uma vida mais segura e saudável, incluindo reconhecimento profissional, prosperidade e fortes laços familiares. No mundo corporativo, aumenta a produtividade e qualidade do trabalho. Cria espaços que ofereçam saúde, bem-estar e uma atmosfera agradável, que encoraje a comunicação entre as pessoas – afirma.
Segundo o arquiteto, o método pode ser usado para projetar hospitais, otimizando o uso de poderes curativos da natureza. Nas fábricas, melhora a eficiência e a segurança dos operários, bem como minimiza a manutenção de máquinas. Para o comércio, é indicado como potencializador de vendas.
– Em conjunto com práticas sustentáveis de construção, pode ainda oferecer redução nos custos da obra, em comparativo com as técnicas usuais de edificação — explica.
Análise do espaço registrado a foto acima
:: Home office: neste espaço, as ações de cura foram realizadas com a abertura para o Norte, considerada adequada neste ambiente. A cor azul foi adicionada para trazer clareza mental. A fotografia no quadro representa mais uma abertura, e remete ao globo terrestre com a imagem do balão, na amplitude do céu. Embaixo, Shiva e penas de pavão coletadas no ambiente, que acrescentam a simbologia de Krishna. A Noroeste, Buda. A Oeste, a persiana de bambu protege a casa da radiação do final do dia. Pelo mesmo motivo, as bandeiras tibetanas nessa posição filtram os fluidos de fora. O ambiente ainda aproveita a energia viva das plantas, bem como de outros objetos de poder, como os cristais de rocha e o tambor.
Dicas para aplicar no cotidiano
:: Limpeza
Material estragado, sem uso e entulhos devem ser retirados da casa, assim como flores mortas, roupas em desuso, latas e potes vazios, que barram as boas energias;
:: Aparelhos eletrônicos
Monitores refletem luz no quarto, funcionando como um espelho e atraindo energia negativa. Televisores e celulares devem ser evitados no local de dormir;
:: Sinos-de-vento
São recomendáveis, pois a melodia atrai harmonia aos ambientes;
:: Porta do banheiro
Banheiro e vaso devem ser mantidos fechados. A posição do banheiro não pode ser próxima à cozinha;
:: Incensos
Pela manhã, devem ser acesos, com alguma prática meditativa ou oração para remover energias densas;
:: Cores
Têm o poder de mudar a atmosfera de um local. Quartos, salas de estudo ou de meditação ficam com uma melhor atmosfera com paredes de cor suave, como azul. Rosa condiz com os quartos principais;
:: Espelho na entrada
Um espelho na parede voltada para o exterior da casa (na porta principal) ajuda a manter um ambiente positivo;
:: Ancestralidade
Objetos e móveis de família reverenciam os valores ancestrais, gerando gratidão;
:: Sustentabilidade e atitudes
Por fim, lembre-se de reduzir as agressões ambientais, dando preferência aos materiais recicláveis, e tenha atitudes positivas e solidárias, pois as boas energias dependem de uma vida harmoniosa em sua totalidade.
