* O conteúdo do Casa & Cia é produzido pela jornalista Alessandra Rech, especialmente para o Pioneiro. (Contanto: palavrear@gmail.com)
O reúso dos contêineres que seriam descartados nos portos já deixou de ser uma novidade na construção civil. A opção se consolida em projetos cada vez mais versáteis, e que oferecem a vantagem de evitar o desperdício de materiais. A vida útil de um contêiner para o mercado náutico é de aproximadamente oito anos, porém, estudos indicam que, quando utilizado na construção civil, tem uma vida útil de aproximadamente 100 anos, segundo o arquiteto Saymon Dall’Alba, que idealizou, com a colega Mégui Dal Bó, um sistema prático para quem quer aderir a essa ideia sustentável: o Mínimo.
Inicialmente, há três projetos prontos, a escolher. Segundo os profissionais, antenado na situação atual e nas mudanças de mercado, o Mínimo surge com a proposta de aliar a boa arquitetura e a construção contemporânea a um mundo cada vez mais digital e conectado.
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– A ideia é trazer projetos inteligentes, aliados a construções econômicas e sustentáveis, afinal, o mundo não para, as pessoas não param e as construções também não – afirma Mégui.
Saymon explica que a dupla viu na situação atual causada pela pandemia da Covid-19 uma necessidade urgente de transformação no posicionamento de arquitetos no meio digital e no seu dia a dia de trabalho e idealizou o Mínimo para facilitar a compra a distância de projetos diferenciados, com toda a disponibilidade da assessoria, também online.
– Percebemos a crescente busca por reuniões e assessoramentos online e vislumbramos a oportunidade de transformar a arquitetura em um produto mais acessível a todos – destaca Saymon.
Como os projetos já estão prontos, são comercializados por site, de maneira rápida e facilitada. O Mínimo também pode agregar modificações em planta ou vir a ser um projeto totalmente personalizado.
– Queremos que as moradias tenham a cara dos clientes, uma juventude que se preocupa com a perda excessiva de materiais em obras e que não tem tempo de aguardar as construções convencionais – afirma Saymon.
O custo de um Mínimo é mais acessível, por não ser exclusivo. A modalidade Projetos Prontos prevê cinco unidades de cada modelo para venda. A arquiteta Angelica Ravizzoni Veronese e a acadêmica de arquitetura Amanda Marcolin integram a equipe de projeto. Para a execução, os arquitetos têm como parceiras empresas especializadas, com linhas de montagem seriadas, que dão segurança ao cliente quanto ao valor total de obra e prazo de entrega. O custo de construir em contêiner fica de 20% a 30% mais acessível que em uma obra convencional e a entrega pode ocorrer em até 45 dias, prazos que mudam de acordo com as especificidades de cada obra, segundo os arquitetos.
Saymon destaca que, mesmo já consolidadas fora do Brasil, as moradias em contêiner ainda não são muito difundidas na região.
– Queremos trazer, além de uma boa arquitetura, uma ruptura de paradigmas na construção civil residencial – diz.
Vantagens
:: Obra mais limpa, com redução de entulhos;
:: Rapidez na execução;
:: Economia de recursos naturais como areia, tijolo, cimento, água e metais;
:: Reutilização de material que seria descartado;
:: Flexibilidade: a construção pode ser deslocada para outro terreno. Suas características modulares e geométricas permitem reconfigurações;
:: Redução em até 30% dos custos;
:: Durabilidade e resistência a intempéries;
:: Na maioria das vezes, não requer serviços de fundação e terraplenagem;
:: Mantém boa permeabilidade do terreno.
:: Mais informações: www.minimocontainer.com.br