Se o Dia Internacional da Dança não pode ser comemorado no palco, como deveria, isso não é razão para deixar passar batida a data celebrada na quarta-feira. Com a intenção de levar algum alento para a classe, que sofre com cancelamentos de espetáculos e perda de serviço durante a pandemia de Covid-19, o bailarino e agente social caxiense Akácio Camargo, 27 anos, irá promover duas noites de bate-papo virtual com colegas de profissão, transmitidos ao vivo em seu perfil no Instagram (@akaciocamargo).
Intitulada "Falando de Dança", a ação ocorre na terça e na quarta-feira, a partir das 18h. Serão três convidados por dia, todos naturais ou residentes de Caxias e atuantes na cena local, nacional ou internacional. Akácio, que é um dos criadores do Projeto Impulso (que leva a aula de dança a 150 crianças e adolescentes do bairro Planalto) e bailarino da Cia. Municipal de Dança de Caxias do Sul, comenta que a escolha dos participantes também buscou a diversidade de estilos:
_ Na terça converso com o Geovani de Gregori, que além de ser reconhecido internacionalmente como dançarino de "break", é um cara atuante em projetos sociais; a Uyara Camargo vem da escola do flamenco e esteve recentemente estudando e dançando na Espanha; a Jenifer Bonho vai falar sobre como a crise tem afetado as escolas de dança de salão. Na quarta, a Paula Giusto vai falar sobre a dança contemporânea e suas diversas produções em Caxias; a Julia Poletto atua numa importante companhia de ballet de São Paulo, a Cisne Negro, e vai compartilhar algumas vivências conosco; e por fim vamos aprender muito com a Adriana Menegat, que tem uma trajetória de 30 anos de carreira e abriu o primeiro estúdio de pilates de Caxias.
Akácio comenta que a iniciativa busca dar um afago aos artistas, convidando-os a compartilharem suas histórias, mas também a contar como estão de adaptando à nova realidade, podendo inspirar quem ainda está meio perdido. O bailarino, que, assim como os colegas da Cia. Municipal, está com o salário suspenso por não estar atuando em sala de aula, acrescenta que um dos desafios desta fase tem sido manter alunos particulares com aulas à distância. A adesão, comenta, tem sido apenas parcial:
- Algumas pessoas se conscientizam, mas nem todos conseguem pagar, vai muito de cada um. Quem tem paga, mas quem não sabe se terá dinheiro para o feijão com arroz, não vai pagar uma aula de dança. É importante que os novos clientes sejam sinceros e honestos, assim como a gente está sendo honestos com eles sobre os custos que temos para manter nossos espaços. Muitas escolas estão vivendo uma situação difícil e pedimos a solidariedade nesse momento. Que não deixem de acreditar que a arte cura e a arte salva. É importantíssimo estarmos com o corpo ativo e a mente sã para passar por esse momento, e só a arte tem esse poder de dar um pouco de respiro.
Programe-se
Terça-feira
18h - Geovani de Gregori
19h - Uyara Camargo
20h - Jenifer Bonho
Quarta-feira
18h - Paula Giusto
19h - Julia Poletto
20h - Adriana Menegat
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