Foi há 16 anos que João Carlos Marquezeli Junior desembarcou em Caxias do Sul, como funcionário de uma empresa expositora da Festa da Uva que ocorria naquele 2004. Paulista de Analândia, era apaixonado pela música sertaneja e carregava sempre consigo o violão para viagens como aquela, que o obrigavam a ficar por vários dias longe da terra natal. Foi nos finais de expediente nos Pavilhões, enquanto se afinava o dueto com um gaiteiro que conheceu no estande ao lado, que Marquezeli decidiu mudar para a Serra e tentar viver de música. Trouxe consigo o nome artístico que usava na dupla caipira, Jota Junior, e o repertório baseado em sucessos de Chitãozinho & Xororó e Leandro & Leonardo. Mas foi uma canção em italiano, Mia Gioconda, na versão de Agnaldo Rayol e Chrystian & Ralf, a responsável por fazer surgir o tenor Giovanni Marquezeli, que neste domingo celebra sua trajetória no espetáculo Do Popular ao Erudito, no Teatro Pedro Parenti.
– De 2004 a 2011 toquei em muitos eventos, principalmente casamentos. Chegava a cantar lírico na cerimônia, saxofone na recepção dos noivos e violão na festa, fazendo quatro horas de show sozinho. Mas conforme mais gente foi aparecendo nesse meio, percebi que o canto lírico podia ser meu diferencial. Ao mesmo tempo, via que as músicas italianas, como Mia Gioconda, atraiam o público de uma forma especial. Deixei então de ser o Jota Junior para adotar um nome artístico mais convincente no meio erudito, aproveitando o sobrenome italiano e a versão italiana do meu nome, João – conta.
A história do cantor lírico já foi contada muitas vezes. A ascensão após ter conseguido quebrar uma taça de vidro apenas com o uso da voz no programa da Eliana, no SBT, em 2012, abriu caminho para outras aparições televisivas, diversas apresentações pela Itália e concertos pelo Brasil que o consagraram como um dos principais nomes da música erudita com história ligada à Serra (atualmente Giovanni mora em Flores da Cunha). Com uma formação enxuta, tendo no palco a companhia dos irmãos Wagner Maciel (piano) e Rodrigo Maciel (violino), o cantor quer prestar um tributo ao seu próprio começo na música, voltando a cantar os clássicos do sertanejo raiz, que jamais deixou de ouvir e cantar em casa ou nas visitas ao pai no interior paulista.
– Cresci numa cidade a 50 km de Brotas, vendo surgir para o Brasil o cantor Daniel. Acompanhei toda a trajetória dele, como fã. Não me agrada o sertanejo que se toca hoje, mas sim o de raiz. Os grandes nomes são influências que carrego assim como Luciano Pavarotti e Andrea Bocelli são no canto lírico. Nesta apresentação comemorativa quero mostras essas duas fases da minha carreira – antecipa.
Programe-se
O quê: show “Do popular ao erudito”, do tenor Giovanni Marquezeli
Quando: domingo, às 19h
Onde: Teatro Pedro Parenti, na Casa da Cultura
Quanto: R$ 40 e R$ 20 (meia entrada), na bilheteria ou com reservas pelo telefone (54) 99935.4940.