Há 24 anos, na Galeria Soluzione, em Caxias do Sul, ocorria a vernissage Rosas e rosas (rainha das flores), com a exposição das telas em natureza-morta de Júlio César Andreazza. Para compor a mostra, a sobrinha de Júlio, Elizabeth Sehbe Fichtner, fez arranjos de flores inspirados em cada uma das pinturas.
— Foi um sucesso, meu tio vendeu todas as obras — recorda-se Elizabeth, e explica que Júlio era o filho mais jovem de Luiz Andreazza e Anayde Chiaradia Andreazza.
Mais uma vez, as pinturas de Júlio Andreazza voltam à cena. Dessa vez, o lugar escolhido é ainda mais familiar. Cerca de 60 obras, em natureza-morta, serão colocadas à mostra em três salas nobres do Colavoro Sanvitto, no centro de Caxias.
— Eu era muito ligada com o tio Júlio. Minha mãe sempre foi uma incentivadora muito grande das joias e dos quadros dele — revela Elizabeth.
Júlio era reconhecido também como um dos mais importantes joalheiros do Brasil, pois fazia peças a mão e sob encomenda, para personalidades do Brasil e do mundo, entre elas a diva da televisão, Hebe Camargo e a condessa italiana Angiolleta Miroglio Cattani.
— Meu tio pintava na casa dele, à noite, ouvindo música erudita e italiana, em volume bem alto. E as joias ele fazia na casa de ferramentas, em um terreno atrás de onde ainda está estabelecida a Ferragem Andreazza (na esquina das ruas Pinheiro Machado e Moreira César).
Retrospectiva Júlio Andreazza encerra a série de exposições organizada pelo grupo Conhecendo Arte. A primeira delas ocupou a Galeria Municipal de Arte, da Casa da Cultura, e chamava-se Natureza-morta em diálogo, com obras da coleção José Antonio e Hieldis Martins. Depois dela seguiram-se Natureza-morta - Outros Olhares (Centro de Cultura Ordovás), Interferências em Natureza-morta e Naturezas-mortas e outras coisas (Campus 8 da UCS), Natureza-morta - seleção da colecionadora Vera Vanin (Galeria Arte Quadros) e Eletro Vanita (Reffugio Art Café).
Assim que iniciou a procura das obras para compor a exposição, a sobrinha Elizabeth, não apenas recuperou memórias do artista e joalheiro, mas reascendeu a saudade que sente pelo tio Júlio.
— Quando fui na tia vera para buscar essas coisas eu me emocionei muito. Dá uma saudade grande, porque ele era muito divertido. Vou começar descrevendo ele como o "poeta das artes", porque acho que combina com ele. Meu tio declamava nas exposições dele, e as joias, então, são uma delicadeza — diz Elizabeth, ao revelar um trecho da apresentação que fará na noite de hoje, em memória ao tio.
As rosas douradas
Júlio César Andreazza (1928-2014), além de artista plástico, é reconhecido como um dos mais respeitados joalheiros do Brasil, fazia cada uma das peças a mão. Hebe Camargo, condessa Angiolleta Miroglio Cattani, Scylla Médici, entre outras personalidades, já usaram joias exclusivas de Júlio.
Programe-se
O quê: Abertura da exposição Retrospectiva Júlio Andreazza
Quando: quarta-feira, dia 10, às 19h
Onde: Salão Nobre do Colavoro Sanvitto (Av. Júlio de Castilhos, 1.989 - Caxias)
Quanto: entrada franca