Argentino, um grande amigo meu, nascido em Posadas e residente no Brasil há décadas, é fissurado em barbearias. Melenudo e barbudo como é, tornou-se, por hábito e estilo, freguês tradicional de barbearias daqui de Caxias do Sul, onde mora desde que havia macaquinhos no Parque dos Macaquinhos. Mas, conforme apregoa nas rodadas de cerveja em nossos tradicionais happy hours do findar das sextas-feiras, gosta é das barbearias mesmo, típicas e tradicionais, aquelas atendidas por barbeiro velhinho e careca, trajado em jaleco azul-clarinho, anel de pedra vermelha no dedo mindinho, a aparar arestas capilares com tesoura pontuda e pente bege seboso, manuseando com destreza a navalha em nossos pescoços arrepiados frente ao contato com o gelo do aço e ao temor de que sua mão "non trema jamás!". "A mí me gustan las peluquerias tradicionales y no los meleneros de barber shop", reitera, mergulhado em uma convicção que se consolida a cada nova rodada.
Opinião
Marcos Kirst: entre bancas e barbearias
Afinal, cada qual com suas idiossincrasias, sejam elas brasileiras ou correntinhas
Marcos Kirst
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