Saltos afobados, rabinhos que abanam faceiros, em um clima de completa euforia. É assim que os cachorros Malu, Ana Lua, Olívia e Otávio, recebem a terapeuta Alana de Andrade Reis toda vez que ela os visita. O vínculo afetivo criado entre eles é evidente na recepção, mas fica ainda mais claro no momento seguinte, de calmaria, quando os peludinhos ficam completamente entregues e relaxados sob as mãos dela, recebendo mais uma das frequentes aplicações individuais de Reiki. Isso mesmo! No ano passado, a Alana fundou a TeraPet AuQMia Zen, empresa por meio da qual ela presta esse tipo de atendimento, além de terapia com florais de Bach - tudo para animais -, em um processo que busca o equilíbrio energético e emocional dos peludinhos, podendo ser estendido também para seus tutores. A prática, nada comum por aqui (Serra Gaúcha), já conquistou muitos adeptos fora do Brasil e até mesmo nacionalmente, em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, com resultados positivos na recuperação de animais enquanto complemento de tratamentos veterinários ou como opção preventiva, que pode melhorar a qualidade e prolongar a vida dos companheiros quatro-patas.
Foi pelo amor aos animais e pela ligação com a espiritualidade que Alana resolveu encerrar sua carreira profissional de 17 anos na área de comércio exterior, e dedicar-se à uma atividade que a motivasse diariamente, como ela mesma define.
— Reiki é uma terapia de amor, é preciso ter esse amor, essa ligação. É como se eu finalmente tivesse encontrado o meu propósito de vida — relata Alana que, ao tomar a decisão profissional, buscou formação na área holística com especialização em animais, prestando ainda serviços de pet sitter, com cuidados domiciliares em caso de viagem dos tutores e Reiki incluso para aliviar o stress causado pela ausência do dono.
— As pessoas acham que aplicar Reiki em humanos e em animais é a mesma coisa, mas é preciso conhecer o corpo deles, o comportamento, para ter melhores resultados, sem contar que neles, os procedimentos costumam surtir efeito bem mais rápido — completa.
A profissional alerta que, em caso de doenças, o uso das terapias deve ocorre de forma complementar, ou seja, sem que sejam descartados os tratamentos convencionais veterinários. Ela ressalta que seus serviços são voltados às demandas mentais e emocionais dos peludinhos, diferentemente também do trabalho de adestramento, que lida com questões comportamentais. Alana conta que muitas clínicas ainda não reconhecem o Reiki e os florais como terapias integrativas, mas ela lembra que muitos estudos recentes comprovam as influências energéticas nos seres vivos e também relata sua satisfação com os inúmeros casos graves que tiveram um final feliz e, até mesmo, surpreendente. Ela garante que seu melhor marketing tem sido os resultados obtidos com os cães e gatos que já atendeu, começando por sua própria gata, que apresentava sinais de depressão e motivou a primeira aplicação de Reiki em animais feita por sua dona.
Desde que criou a TeraPet, Alana já atendeu uma série de animais na cidade, incluindo casos de animais debilitados resgatados por ONG's, e tem sido procurada por pessoas de diferentes partes do Brasil e de países como México, Argentina, Uruguai e Colômbia. Recentemente, ela passou a escrever para o blog mineiro (especializado em pautas animais) Trem de Pet, e passou a integrar a grade de profissionais conveniados ao Nestor - Saúde Animal, plano de saúde para bichos de estimação.
Equilíbrio para a família
Marina Soares Silvestri não sabia mais como resolver o problema de socialização que sua cachorrinha, Ana Lua, tinha. Ela foi adotada ainda filhote, há seis anos, e apresentava comportamentos de ansiedade, além de morrer de medo (e de raiva) de qualquer homem que se aproximasse, incluindo o namorado com quem Marina, e a própria Ana Lua, moram. As terapias holísticas se tornaram alternativa após uma série de investigações junto a especialistas para encontrar as causas de todos os transtornos, inclusive alimentares, que ela apresentava. Adestramento também foi uma tentativa, com pouco êxito neste caso. O relato público de uma ONG local, agradecendo o atendimento bem sucedido de Alana a um cachorro que estava prestes a tomar eutanásia, despertou a curiosidade de Marina.
— Eu não sabia mais a quem recorrer e a Alana era minha última opção — lembra a dona dos quatro peludinhos citados no início da matéria que, desde julho do ano passado, contam com a periodicidade de Alana - e eles adoram!
Hoje, Naninha - apelido carinhoso de Ana Lua - já consegue conviver com o namorado de Marina e passou a ter um comportamento mais tranquilo, sendo a primeira a pular no sofá para alinhar os chakras com a terapeuta. Desde o início do tratamento, toda a família chegou a ser atendida por Alana e os resultados agradaram:
— Todo mundo mudou, mudou o ambiente aqui em casa. Eu aprendi a lidar com eles e passeia entender que ele tem emoções e energias, que eles também são movidos por isso. Sempre vou fazer o possível para ajudar eles a ficarem bem, porque são a minha família. Hoje estou indicando para algumas amigas e digo pra elas que não vão se arrepender de fazer Reiki — finaliza.