Com um vasto portfólio de criações, o escultor caxiense Ale Amorin desenvolveu ao longo de sua trajetória uma linguagem que transborda dualidade: por um lado, o realismo da anatomia humana; por outro, as linhas deformadas que se mesclam às texturas quase orgânicas. Autodidata, o artista inaugura nesta quarta (12) uma exposição que resume os últimos sete anos de sua produção, com cerca de 30 peças esculpidas em cerâmica, porcelana e resina de poliéster.
Ale Amorin: esculturas, objetos e edições limitadas 2012-2018 fica em cartaz até 1º de janeiro, no Complexo Fabbrica — uma oportunidade para o público mergulhar no universo do escultor que iniciou a carreira artística em 2004 e possui obras no acervo permanente do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) e em coleções particulares na América, Ásia e Europa. A curadoria da exposição, feita pelo próprio artista, levou em conta dois fatores: material disponível e peças significativas.
— No início, eu não guardava nenhuma peça comigo. Todas eram vendidas. Mas depois eu comecei a ter o cuidado de reservar ao menos um exemplar para o meu acervo. E, claro, tem peças que eu gosto mais que outras. Basicamente, foi o critério pra essa exposição — justifica.
Para o lançamento da mostra, também está marcada a sessão de autógrafos de um livro fotográfico que faz uma retrospectiva do trabalho de Amorin de 2012 a 2018. Com prefácio do também escultor Leo Dias e imagens dos fotógrafos Nany Festa, Eduardo Carneiro e Alex Milesi, a obra foi custeada com recursos do Financiarte.
Arte acessível
Partindo da ideia de que os produtos culturais sejam acessíveis ao grande público, Amorin trabalha com esculturas em série desde 2011. Para tanto, produz moldes em gesso ou silicone para reproduzir obras originais em peças comercializadas a menor custo. Além de facilitar a circulação de sua obra, o escultor garante que a prática também é uma garantia financeira num país que não tem um mercado de arte sólido:
— Honestamente, é também uma questão de sobrevivência, pois não temos o costume de comprar arte no Brasil. Por isso acho que precisamos mostrar pras pessoas que elas também podem comprar, que não vai ser um cifrão o impedimento. E com essas esculturas em série, eu acabo criando um mercado pro meu próprio trabalho — defende Amorin.
PROGRAME-SE
O quê: abertura da exposição e lançamento do livro Ale Amorin: esculturas, objetos e edições limitadas - 2012-2018.
Quando: nesta quarta-feira, às 17h.
Onde: Complexo Fabbrica (Rua Nelson Dimas de Oliveira, 11), em Caxias do Sul.
Quanto: exposição com entrada gratuita. O livro estará à venda por R$ 90.
Visitação: até 1º de janeiro; de terças a sextas, das 17h às 23h30min; aos sábados, das 15h até meia-noite.