— Estamos aqui. Olhem pra nós e nos respeitem, porque respeito leva à igualdade.
Com poucas palavras e voz convicta, a empresária Lidia Ribeiro traduz o significado de "visibilidade". Uma luta incessante para as mulheres que, além do machismo diário, enfrentam preconceito e as mais variadas manifestações de violência devido à sua orientação sexual. Conforme dados compilados pelo Grupo Gay da Bahia, ONG que trabalha em defesa da diversidade, a cada 19 horas uma pessoa da comunidade LGBT+ é morta no Brasil. Das 445 vítimas registradas no ano passado, 43 eram lésbicas.
Para contrapor as estatísticas, Lidia integra um grupo de mulheres que idealizou a Semana da Visibilidade Lésbica de Caxias do Sul, evento que inicia neste sábado e segue até 1º de setembro. A programação contempla exibição de filmes, debate literário, palestra sobre saúde feminina e encerra com a Marcha da Visibilidade, uma caminhada que sairá da Praça Dante Alighieri em direção à Praça da Bandeira. Todas as atividades são gratuitas. A iniciativa partiu de três cafés caxienses administrados por mulheres: Alouca, Irene no Céu e Refúgio.
— A princípio era pra ser um dia de bate-papo. Então a gente chamou as gurias da Marcha Mundial das Mulheres e também a Natalia (Borges Polesso, escritora), que está sempre com a gente nos eventos do Alouca Café, e começaram a surgir várias ideias. Quando vimos, o que começou como um dia de evento se transformou numa semana inteira de programação — recorda a empresária.
Companheira de Lidia há quatro anos, a também empresária Mariana de Alencastro ocupará a tribuna da Câmara de Vereadores na próxima quarta-feira, data que marca o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. Ela ressalta que a discussão sobre machismo e lesbofobia precisa ser feito inclusive no movimento LGBT+.
— É importante debater a questão da visibilidade. No próprio grupo LGBT+ as lésbicas não tem muito espaço. Quando se fala sobre o assunto, normalmente se pensa em homens gays. Então, a nossa programação também quer mostrar que estamos aí e queremos respeito — resume Mariana.
AGENDE-SE
O quê: Semana da Visibilidade Lésbica de Caxias do Sul.
Quando: de 25 de agosto a 1º de setembro.
Programação*
Sábado
14h: Leia Mulheres: Marina Colasanti, com Roberta Saldanha, no Instituto Cultural Taru (Rua La Salle, 933).
16h: Ciclo de Cinema LGBT: Tangerine, no Instituto Cultural Taru.
17h30min: palestra Cuidados com a saúde da mulher através da fisioterapia, com Malu Pinheiro, no Instituto Cultural Taru.
Domingo
15h: Preparação para a Marcha das Lésbicas, no Coletivo Entre (Rua Visconde de Pelotas, 2460).
Segunda, dia 27
19h: Cine Alouca: Flores Raras, no Alouca Café (Rua Os 18 do Forte, 2331).
Terça, dia 28
19h: exibição do stand-up Nanette, de Hannah Gadby, no Refúgio Café (Rua Tronca, 3483).
Quarta, dia 29
08h30min: Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, na Câmara de Vereadores.
Quinta, dia 30
22h: festa Uma Sapatona Destruidora Mesmo, na Level Cult (Rua Coronel Flores, 789).
Sexta, dia 31
18h: Lésbicas na Literatura, com Roberta Saldanha, no Instituto Cultural Taru.
Sábado, dia 1º
16h: Marcha da Visibilidade Lésbica, saindo da Praça Dante Alighieri em direção à Praça da Bandeira.
20h: festa Velcro, no Alouca Café.
* Todas as atividades são gratuitas.
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