Duca Leindecker é uma dessas pessoas que reconhecem o privilégio de poder fazer o que gosta e viver disso. E por gostar de fazer muitas coisas, os fãs nunca sabem qual será o próximo passo do músico e compositor que recentemente voltou a saltar de paraquedas e começou a se aventurar no túnel de vento (simulador de queda livre). O terceiro álbum solo, Baixar Armas, lançado há cerca de um mês e que traz o ex-vocalista da Cidadão Quem a Caxias do Sul nesta quarta-feira, é uma reafirmação da sua própria filosofia de vida, de que o mais importante é estar motivado fazendo o que se curte fazer. No atual momento, trata-se de estar de volta ao formato elétrico após a experiência com o Pouca Vogal e os primeiros voos solos.
– Estou sempre buscando algo que me instigue e motive a continuar tocando. Como os meus dois primeiros trabalhos solos foram mais experimentais, na sequência do que fazia com o Pouca Vogal, este disco tem mais a ver com a minha própria carreira, e por isso os fãs podem se identificar um pouco mais. Além de ser uma volta ao formato com banda, elétrico e mais rock, é o primeiro álbum que eu lanço após a morte do meu irmão (Luciano Leindecker, em 2014, vítima de câncer), por isso me cerquei de amigos para me ajudar. Isso também foi importante – destaca.
Entre os convidados de Baixar Armas estão o parceiro de Pouca Vogal, Humberto Gessinger, a cantora nativista Shana Müller e o guitarrista Veco Marques, da Nenhum de Nós. No show, que além de algumas das 13 faixas autorais do novo álbum terá sucessos de todas as fases da carreira, Leindecker terá a companhia de Claudio Mattos (bateria), Maurício Chaise (guitarra) e Igor Conrad (baixo). Mesmo com o disco recém-chegado às lojas e às plataformas digitais, o músico se diz surpreso com a receptividade “acima do esperado”, principalmente diante de um público que muitas vezes é resistente ao novo:
– Sempre busco experimentar um repertório novo, mas normalmente o pessoal não aceita muito bem ouvir músicas novas, prefere as conhecidas. Desta vez, a receptividade está muito acima do que eu esperava. Acho que um lado bom da internet é a proximidade que ela criou do artista com o público, dando acesso direto ao conteúdo. Não precisa esperar por nada para conhecer e decorar as músicas novas.
Se por um lado o cantor ressalta um viés positivo da internet, por outro tem no lado negativo – a crescente intolerância e o discurso de ódio nas redes sociais – a principal inspiração para as letras do novo trabalho:
– Essa relação de ódio gratuito e intolerância que eu abordo no disco é algo que mostra o quanto as pessoas estão desesperadas por chamar a atenção, tendo na violência e no escândalo formas muito rápidas e fáceis de conseguir isso. Mas o que se ganha com isso? Do que adianta ter visibilidade com uma coisa ruim? Tem muita gente que está quieta e observando, desconfortável com isso que está acontecendo, e o que eu faço é uma reflexão pra gente tentar buscar uma saída pra isso.
Programe-se
O quê: show de lançamento do álbum Baixar Armas, de Duca Leindecker Quando: Quarta-feira, às 21h
Onde: Teatro da UCS (Rua Francisco Getúlio Vargas, 926 - Petrópolis) Quanto: De R$ 35 a R$ 150 pelo site blueticket.com.br