Retomada de espetáculos, novas produções, oficinas, apresentações em escolas, nas ruas e em hospitais, turnê pelo Brasil... Tudo isso está nos planos das principais companhias teatrais de de Caxias do Sul, que prometem fazer de 2018 um ano de muitas atrações nos palcos da cidade — além de levar a arte produzida aqui para outros lugares.
A Tem Gente Teatrando está na fase final da montagem da peça Lendas de Enganar a Morte, resultado do Prêmio de Incentivo à Montagem Teatral 2016 e que terá direção é de Zica Stockmans. A pré-estreia deve ocorrer neste mês de janeiro, embora a data exata ainda precise ser definida, segundo o produtor do grupo, Sandro Martins. Mas não é só isso:
— No dia 24 de fevereiro faremos a abertura oficial da temporada, com o 4º Piquenique Cultural, que terá teatro, mostra de curtas, música, artes plásticas e artesanato, com entrada franca. E em março começa um projeto de circulação via LIC, o Tem Gente Teatrando nos Bairros, que vai levar o espetáculo Memórias de Uma Solteirona a 10 bairros de Caxias, de forma gratuita, até dezembro — revela.
Além disso, já estão abertas as inscrições para os cursos de teatro da escola. Para o segundo semestre, estará de volta o projeto Teatro para Todos, temporada com diversas peças da escola e de grupos convidados. Está programada ainda a 4ª edição da Escola Popular de Artes, em que alunos de escolas públicas são recebidos para aulas de teatro, dança e música.
O Ueba é outro que promoverá apresentações gratuitas, dentro da Mostra Arte na Margem, aprovada no Financiarte 2017. Serão 16 apresentações, no Moinho da Cascata, durante o primeiro semestre (a ideia é começar ainda em fevereiro). O grupo também está fazendo a teatralização de um outro projeto aprovado no Financiarte, este na área de Folclore e proposto por Vagner Castilhos. É o Fábulas do Sul, que deve estrear em fins de março ou início de abril.
Ainda em março, o grupo A Gangorra realiza a 8ª edição da sua já tradicional apresentação de teatro de rua comemorativa ao Dia Internacional do Teatro. Este ano, explica o ator e diretor Miguel Beltrami, ela terá um caráter mais performático, com performances individuais.
Já o Trompim Teatro retorna em breve com o espetáculo de máscaras Passagem para Dois, com direção da paulista Tiche Vianna. A peça havia estreado no início do ano passado, mas depois o grupo entrou em recesso devido ao nascimento do bebê de uma das atrizes. Quem também retoma apresentações interrompidas em 2017 é o Grupo Teatro Mecânico, de Tina Andrighetti, que trará de volta as três peças do Projeto Identidades, Odila, Ercília e Sra. T.A.G. Para junho, retorna o espetáculo Tango.
— Também estou iniciando a construção de um outro solo e já articulo um projeto coletivo de intervenções artísticas, com colegas da dança, teatro, literatura, artes visuais — revela Tina.
No segundo semestre, uma estreia será a peça Voos da Alma — Histórias para Voar, capitaneado pelos atores Gabriel Zeni e Aline Tanaã e com direção de Fábio Cuelli. Também viabilizado pelo Financiarte, ele baseia-se num livro de Giovana Mazzochi e Douglas Trancoso, e mescla teatro, música, literatura e artes plásticas. Haverá apresentações na Biblioteca Parque Largo da Estação e em escolas do interior, todas gratuitas.
— Será um projeto bem diferente — garante Zeni.
Cultura italiana em cena
2018 também terá a cultura italiana nos palcos caxienses. A Associação Cultural Miseri Coloni está ensaiando o espetáculo Mitincanto, montado a partir do livro homônimo de Gianluigi Secco, escritor e compositor italiano, que aborda mitos do mundo todo, especialmente da região do vêneto, e inclui canções sobre cada um deles.
— Estudamos umas 50, 60 canções, e escolhemos 18 para apresentar nesse espetáculo cênico-musical — explica Clerí Pelizza, presidente da associação.
O escritor José Clemente Pozenato escreveu o texto orientador da encenação, que traz personagens características da nossa região e reunirá música, canto, dança, teatro de sombras, máscaras, carrancas e elementos carnavalescos. O diretor será Camilo de Lélis, de Porto Alegre, e a maestrina, Cibele Tedesco. A intenção é estrear no final de junho, entretanto, o grupo ainda depende de conseguir apoiadores.
Em hospitais
O grupo Médicos do Sorriso, além de continuar com suas ações dentro do Hospital Geral, tem planos de levar seus palhaços também para o Hospital Pompéia, na segunda metade do ano. E mais:
— Queremos montar um espetáculo, já estamos montando o roteiro — conta o diretor Davi de Souza.
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