Uma câmera, um violão, e uma voz ao mesmo tempo forte e doce foram os principais ingredientes na receita que levou a caxiense Victoria Limberger a chamar atenção do público pela primeira vez. Seu habitat natural é o mesmo de tantos outros artistas antenados com a nova cena autoral da MPB: a internet e suas teias capazes de alçar talentos do próprio quarto direto para o estrelato. Com Vic, a evolução da carreira segue um ritmo natural, que combina perfeitamente com sua personalidade tranquila e despretensiosa. O passo mais desafiador será dado hoje à noite, com o lançamento de Acústico Gato Preto, primeiro disco da artista de apenas 20 anos. O show, marcado para ocupar o teatro Sala de Ensaio, teve os ingressos esgotados.
Mas esse caminho que culmina agora no lançamento de um CD próprio, também é fruto de outro episódio bem importante na recente trajetória da artista. Vic passou pela curadoria do Festival Brasileiro de Música de Rua e integrou o lineup de shows na edição 2017, em Caxias. Foi uma espécie de aval para que a jovem sentisse a confiança necessária para investir no talento como compositora. Afinal, apesar de ter começado a divulgar seus vídeos com covers de artistas como Colbie Caillat, Ellie Goulding e Amy Winehouse, Vic foi escalada para o festival por conta do frescor de suas composições próprias.
– Foi muito legal, eu era a pessoa mais jovem a tocar lá, todo mundo tinha banda e eu toquei sozinha. Foi um privilégio, me senti muito bem recebida e acolhida. Quando cantei Faça Valer eu estava cantando para mim, mais do que para qualquer outra pessoa, era eu quem tinha que fazer aquela oportunidade valer a pena – conta Vic, citando a faixa carregada de potencial pop na qual canta "e se chegou até aqui, nem pense em desistir, faça valer a pena".
O disco tem seis músicas próprias e, além de Faça Valer, outra faixa já conhecida dos seguidores de Vic é Gato Preto. A composição é bem representativa da imagem que a jovem quer passar como artista, tanto que foi escolhida para dar nome ao disco. Entre os versos, pérolas do feminismo contemporâneo como "saio na noite e não é para caçar, o amor é próprio, eu sou a minha própria presa" ou "solta, leve, linda, independente e segura, me conheceu assim, vai ter que me aguentar".
– De repente eu descobri uma identidade mais forte, fui para um lado da música brasileira mais de Ana Carolina e Seu Jorge, e não tanto de Tiago Iorc ou Anavitória – comenta ela.
A guria, que vem de uma família de artistas e canta desde pequeninha, gosta de lembrar das primeiras apresentações em shows de talento da escola ou ao lado do pai e da irmã na igreja. A partir de hoje, ela pretende inaugurar uma nova fase artística, porém, carregando a mesma intenção que a faz querer compor desde o início:
– Quero reforçar a força que existe dentro de cada pessoa, potencializar só sentimentos bons.
DISCO
Acústico Gato Preto foi gravado no i5 Filmes/Estúdio e será comercializado a R$ 20. Quem não conseguiu ingresso para o show desta noite, pode encomendar diretamente com a artista pelo https://www.facebook.com/VicLimberger/.