Vai ter rock, mas também vai ter sertanejo. Vai ter pop, mas também vai ter nativismo. Com shows para quase todos os gostos e expectativa de atrair 200 mil visitantes em 10 dias, Bento Gonçalves abre nesta quinta as portas da Fundaparque para a 27ª edição da ExpoBento. Além de dezenas de apresentações locais que passarão pelas três praças principais (gastronomia, vinícolas e variedades), cada noite reserva pelo menos uma atração de destaque estadual ou nacional, de Nei Van Sória a Oswaldir e Carlos Magrão, passando por Maiara & Maraisa para dar uma pitada de sofrência ao Dia dos Namorados.
Para fechar a primeira noite, a voz feminina da Chimarruts, Tati Portella, leva seu show solo à praça de gastronomia. Embora nascida em Santo Ângelo, Tati é praticamente bento-gonçalvense por adoção. Só este ano, foram duas apresentações na Casa das Artes: uma para lançar o álbum solo Noutra Direção outra para celebrar o Dia Internacional da Mulher (não por acaso, a banda de Tati é toda feminina). Recentemente, o trio que acompanha a cantora ganhou o reforço de duas bento-gonçalvenses, a dupla Paloma e Miquí (gaita e bumbo leguero), conhecida pelos shows na Estação Férrea de Garibaldi, nos intervalos do passeio da Maria Fumaça.
– É incrível a recepção que tenho em Bento, desde os primeiros shows que fiz sem a Chima. É o lugar onde penso em gravar meu DVD ao vivo, justamente por causa do público que canta junto, que chega na frente do palco. Para o artista, é muito gratificante ter um público que te curte tanto – comenta.
Para o show na ExpoBento, Tati adianta que a vibe será um pouco diferente da mistura de ritmos muitas vezes mais intimista que ela tem apresentado em teatros. A proposta é fazer uma apresentação mais agitada, em que serão revisitados sucessos da Chimarruts, como Do Lado de Cá, além de apresentar uma versão ska de Não Sei, do TNT, e até um sertanejo de Maiara & Maraisa, Medo Bobo. Para a cantora, o barato da carreira solo é explorar todas as influências, que vão além do reggae que a tornou conhecida.
– Na minha casa não tinha discos infantis, cresci ouvindo Elis Regina e Chico Buarque, sem saber que isso ia me ajudar futuramente. Ao mesmo tempo, gosto muito de pegar compositores de hoje que se dediquem a fazer uma música brasileira bonita. Essa sertaneja que está no meu show, por exemplo, tem um lado mais romântico que foge um pouco do que se faz hoje no gênero – diz.
Sertanejas empoderadas
Ao lado de Marília Mendonça e de Simone & Simaria, Maiara & Maraisa são as expoentes da onda de sertanejas que têm lotado arenas por todo o país. O poder do “feminejo”, na opinião de Maiara, vai além da identificação gerada por letras em que a mulherada “dá o troco” nos homens.
– As composições são na maioria das vezes unissex, dá tanto para homens cantarem quanto para mulheres. Não nos considero feministas, mas empoderadas, sim. Porque lutamos pelo nosso espaço. Acho que a gente chegou (ao sucesso) porque correu muito atrás, sem se acuar, e teve um escritório que apostou na gente – destaca Maiara.
A cantora também ressalta que, antes da fama, muitos artistas, inclusive homens, haviam gravado composições femininas. O que ocorreu de uns tempos pra cá, reforça Maiara, foi uma valorização maior da mulher como intérprete:
– Antes da gente aparecer cantando, os homens deram espaço pra gente como compositora. Hoje os contratantes querem nosso show e nos valorizam, também como cantoras.
PRINCIPAIS ATRAÇÕES
– Quinta, 22h – Tati Portella
– Sexta, 22h – Claus e Vanessa
– Sábado, 22h – Laura Dalmas e Lelo Valduga (especial Kid Abelha)
– Segunda, 12/6, 22h – Maiara e Maraísa
– Terça, 13/6, 21h – Workshop com Thedy Corrêa
– Quarta, 14/6, 22h – Banda Sunset Riders
– Quinta, 15/6, 21h30min – Guri de Uruguaiana
– Sexta, 16/6, 22h30min – Nei Van Sória
– Sábado, 17/6, 23h – Oswaldir e Carlos Magrão
– Domingo, 18/6, 19h – Orquestra Abraçaí