Na hora de buscar ajuda para manter a saúde mental, é comum surgir a dúvida: procuro um psicólogo ou um psiquiatra? A escolha, porém, depende muito da situação e dos sintomas que a pessoa apresentar. Para explicar sobre essa diferença, o psiquiatra Edvino Krul Junior relatou duas histórias e pediu para que os leitores pensassem qual seria o caso de buscar um psicólogo e qual exigiria o atendimento do psiquiatra.
Caso A
O homem tem um bom emprego, é casado e é feliz no casamento, não tem problemas financeiros e nem de relacionamento. Porém, nos últimos anos, tem se sentido triste – e não sabe apontar qual é a razão desse sentimento negativo.
Caso B
Outro homem que está passando por uma situação de estresse, com brigas no casamento, inclusive levando ao fim do relacionamento. Nada parece dar certo no trabalho e sente-se constantemente irritado.
– O caso A parece que a vida da pessoa está toda organizada e não tem um motivador aparente para ele se sentir triste. Parece ser uma doença, de ser algo químico que está errado no organismo. Neste caso, é importante buscar um psiquiatra – explica o médico. – O caso B, por outro lado, tem um motivador. É o estresse no trabalho e em casa. Parece ser uma reação àquela situação vivenciada e poderia ser solucionado pensando nos relacionamentos daquela pessoa. É o caso, portanto, de buscar um psicólogo – completa Krul Junior. – Quem procura por um psiquiatra deveria também procurar um psicólogo, porque o resultado do tratamento em junto melhora – diz.
Essa é uma dúvida comum quando se fala de estresse e, principalmente, quais os sintomas, sequelas, cuidados e tratamentos do Estresse Crônico. O médico Miguel Mariano Marzinek alerta:
– Muitas pessoas tendem a confundir e a achar que estão enfartando, entrando em convulsão ou mesmo tendo um AVC, quando na verdade são sinais decorrentes de um estresse crônico. Quando a pessoa passa por uma situação de estresse, a pupila dilata, a pele fica mais pálida, a musculatura tensiona, o coração acelera e esses são sinais comuns e até saudáveis, dependendo da situação. O problema está quando esses sintomas se prolongam e predispõem o organismo a outras doenças, como úlceras, gastrites e até mesmo problemas cardíacos – explica Marzinek.
O psiquiatra Caetano Fenner de Oliveira defende que qualquer tipo de sofrimento emocional pode começar através de consultas com um profissional de ambas as áreas. Porém, em determinados casos, a indicação é mais pontual:
– Para episódios depressivos sem causas externas o uso de medicação e a procura de psiquiatra clinico ainda é o mais indicado. Em outros tipos de depressão ligadas a causas profissionais, conjugais ou desilusões amorosas o ideal seria procurar um psicoterapeuta, e, caso o problema envolva transtornos de personalidade o ideal em termos de melhora clínica a médio e longo prazo seria o tratamento psicanalítico de alta frequência – explica.
Segundo ele, alguns pacientes procuram inclusive tratamentos alternativos, como holística, transpessoal e reencarnacionista, por os mesmos não possuírem obstáculos típicos da profissão médica como dificuldade de agendamento, valores elevados, etc.
A psicóloga caxiense Nivea Rosa, formada em psicologia clínica com orientações psicanalíticas, também defende que o psiquiatra e o psicólogo são profissionais complementares. Segundo ela, em casos graves, a julgar pela avaliação dos profissionais, é indicado que a paciente faça tratamento combinado:
– O psiquiatra, nesse caso, fará a intervenção através de medicamentos, para amenizar os sintomas, tanto na situação de sentimentos de tristeza quanto da irritabilidade. O psicólogo, por outro lado, atua como um ego auxiliar, realizando um trabalho de mediador, auxiliando o sujeito a identificar quais motivos que estão levando essa pessoa a agir dessa forma – afirma.
* Colaborou Bruna Valtrick
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Diferenças
O trabalho do psiquiatra tem como principal preocupação identificar o problema do paciente para, em seguida, realizar a prescrição dos medicamentos. Já o psicólogo não atua através de diagnósticos, centrando-se mais em descobrir as causas do problema, seja ele estresse, depressão ou outra doença mental.
10 dicas de como lidar com o estresse diário e reduzir os sintomas (tente seguir pelo menos cinco delas)
1) Organize em uma lista todas as obrigações para o dia
2) Seja mais assertivo nas tarefas
3) Dê um zoom ao problema
4) Aprenda a dizer 'não'
5) Expresse seus sentimentos ao invés de guardá-los para si
6) Melhore a qualidade da alimentação
7) Faça exercícios físicos regularmente
8) Não beba, nem fume ou use drogas
9) Diminua o consumo de café e açúcar
10) Durma melhor