Desde que resolveu desbravar o universo do violão, quando tinha apenas 12 anos, Daniel Wolff nunca mais parou de procurar desafios. Formado pela Escuela Universitária de Música de Montevidéu, foi buscar um mestrado e um doutorado em Nova York, na Manhattan School of Music. Trabalha como concertista, compositor, arranjador e é ainda professor na UFRGS, onde criou o curso de Mestrado em Violão. Já compôs obras orquestradas, obras jazzísticas, trilhas sonoras e até balé (é autor do espetáculo Quadressências, realizado pela Orquestra Sinfônica da UCS com a Cia Municipal de Dança, em Caxias). Não bastasse tudo isso, Wolff resolveu ainda romper uma nova barreria em seu mais recente disco, Canção do Porto. O trabalho, com lançamento em Caxias hoje, é o primeiro no qual o instrumentista também canta.
– Eu já tinha feito muitos arranjos para outros discos de canções (cantadas), mas nunca num meu. Por incentivo da Ângela Jobim, comecei a colocar letras nas minhas composições. Quando mostrei algumas para ela, me disse: "são cantáveis, é só colocar a letra" – lembra o músico porto-alegrense.
Wolff faz questão de destacar a importância de Ângela no projeto. A dupla, que se conheceu num sarau em Porto Alegre, ficou muito próxima por conta da paixão pela música. Canção do Porto seria um álbum para celebrar essa parceria, mas a amiga morreu em decorrência de um câncer antes do lançamento. Entretanto, Ângela conseguiu deixar o vocal gravado em três canções e Wolff tem carregado o timbre doce da cantora na turnê do disco.
– Ela gravou tão bem as demos que acabamos usando no disco. Para ela poder participar da turnê, levamos essas gravações nos shows – explica Wolff, adiantando que o show em Caxias também terá esse momento de homenagem à amiga.
A apresentação conta ainda com participação de outros músicos que foram parceiros do violonista no disco, como Raul Ellwanger, Fernanda Krüger e Marcelo Delacroix.
– O repertório conta também com algumas músicas deles, versões que ganharam arranjos diferentes – aponta.
Além da estreia nos vocais do disco, o violonista conta que testou alguns instrumentos diferentes durante as gravações, como bandolim, viola caipira e ukulele. A direção artística do músico Veco Marques (guitarrista do Nenhum de Nós) contribuiu muito nesse processo:
– Junto com o estúdio em que gravamos estava o "almoxarifado" do Nenhum de Nós, que para mim era como uma sala de brinquedos. Ficava indo lá toda hora testar instrumentos.
Essa diversidade de caminhos que Daniel Wolff mostrará no palco, será ainda assunto para a oficina que o violonista ministra hoje à tarde. A pauta é o processo de composição e gravação do álbum:
– Muitas vezes quando eu escutava um disco ficava pensando "como eles fizeram isso?". Se músicos experientes tivessem compartilhados suas dicas facilitaria muito. Essa é a ideia do workshop.
AGENDE-SE
:: Quando: nesta quinta, às 20h30min
:: Onde: Teatro do Sesc (Moreira César, 2.462)
:: Quanto: entrada franca (retirada de ingressos no local). Haverá disponibilidade na hora também
:: Oficina de criação musical: nesta quinta, das 14h às 15h30min, no Teatro do Sesc. Inscrições gratuitas pelo e-mail bonella@bonellaproducoes.com
Música
Violonista Daniel Wolff se apresenta em Caxias nesta quinta
Instrumentista mostra canções do disco "Canção do Porto"
Siliane Vieira
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