Não comer carne na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa são atitudes tradicionais. Nem sempre, porém, a simples substituição da carne vermelha pelo peixe simboliza realmente o espírito da Quaresma - é preciso que o ato tenha o sentido da doação, da abstenção voluntária por causa da fé, ensina o padre Oscar Roberto Chemello, pároco da Catedral Diocesana Santa Teresa, de Caxias do Sul. E esse sacrifício no período que antecede a Páscoa não precisa ser, necessariamente, o de não comer carne: a ideia é abrir mão de algo rotineiro, que realmente implique em abstenção.
É o que está fazendo, pelo quarto ano consecutivo, a acadêmica de Licenciatura em Música Paola Menegat Delazzeri, 21 anos. A cada ano, a caxiense escolhe um produto para o seu "jejum" entre a Quarta-feira de Cinzas e a Páscoa. Neste ano, a seleção recaiu sobre o pão, alimento normalmente presente nos seus cafés da manhã e lanches.
- Vai muito além do material, do pão em si; é se abster de algo para ser alguém melhor, com mais autocontrole, com domínio da vontade e dos impulsos - sintetiza a jovem, que se motivou à prática após ver atitude semelhante de amigos do grupo de oração que frequenta.
Ela conta que sente um pouco de vontade quando vê outros comendo pão, mas garante: além do aprimoramento espiritual, após os primeiros dias percebeu que dá, sim, para ficar sem esse alimento.
A abstenção não se esgota em si mesma. O dinheiro não gasto com pães e sanduíches nesse período será destinado, neste domingo, à Campanha da Fraternidade, cuja arrecadação ajuda obras sociais.
Religiosidade
Quaresma motiva jovem de Caxias do Sul a fazer jejum de pão
Dinheiro não gasto com esse alimento irá para a caridade
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