Quando Luis Narval escreveu seus primeiros poemas, lá pelos 15 anos, e seus primeiros contos, lá pelos 20, não havia tantas facilidades como hoje para publicar um livro.
- E, honestamente, agradeço por isso, porque era muito imaturo, não estava preparado (para ter sua obra publicada) - brinca o autor, hoje com 47 anos, que lançou seu primeiro livro em 2010 e teve sua segunda obra, do ano passado, escolhida como a vencedora da 1ª edição do Prêmio Vivita Cartier, principal categoria do 47º Concurso Anual Literário de Caxias do Sul.
O livro vencedor do prêmio, anunciado nesta quarta-feira, é Era em Pleno Dia a Ascensão da Noite (editora AGE, 328 páginas, R$ 39,90), um volume que reúne três novelas que têm como pano de fundo períodos conturbados da história mundial, durante o Século 20.
A primeira, homônima ao título geral do livro, se passa na Alemanha nazista, e é protagonizada por dois professores de filosofia, um judeu alemão e um alemão. Além da questão histórica em si, a trama aborda a questão do eterno retorno de Nietzche.
A segunda novela, O Que Agora o Ensurdece, tem o Brasil do Estado Novo como cenário, e descendentes de imigrantes italianos como personagens. Entre os dilemas, a perseguição que eles sofrem no pós-guerra.
Para a terceira história, Abaixo da Linha D'Água, mais uma vez a ditadura militar no Brasil serve de pano de fundo, dessa vez em seus últimos momentos.
O livro foi publicado com apoio do Financiarte. Como vencedor do prêmio, Narval receberá um troféu e mais um valor em dinheiro equivalente a 240 VRMs (cerca de R$ 5,5 mil). A premiação será no dia 18.
Literatura
Escritor Luis Narval vence 1ª edição do Prêmio Vivita Cartier, em Caxias do Sul
Autor de 47 anos estreou na literatura há três, e agora prepara uma obra de poesias e um romance
Maristela Scheuer Deves
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