Carlinhos Santos
Num mundo cheio de possibilidades de comunicação, muita gente vive só. Nem chats, Facebook ou as incontáveis redes sociais parecem aplacar tamanho isolamento. Há muita relação virtual, quase nenhuma presencial. É em torno dessas questões que o bailarino Adilso Machado dança Solidão Pública, sábado, às 18h, na Sala de Teatro do Ordovás.
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Gaúcho radicado em Florianópolis há sete anos, Machado também integra o Grupo Cena 11 há , de Florianópolis. No ano passado, ele apresentou por aqui O Estado Em Que Me Encontro. Volta agora com uma pesquisa coreográfica que explora a ideia de isolamento em meio a multidões, que se debatem em torno da solidão do mundo contemporâneo.
A criação do trabalho vem permeado pelas leituras de O Estrangeiro, de Albert Camus, por estudos em torno da técnica de Stanislawski, e por uma viagem feita ao deserto Salar de Uyuni, na Bolívia, onde esteve por dez dias no fim do ano passado.
- A grandiosidade do deserto, o nada, me remeteram à essa sensação de vazio que a gente sente muito - descreve Machado, acrescentando que o silêncio dessa paisagem contribuiu ao processo de criação.
Mas, claro, a metáfora da solidão num solo coreográfico ganha outras camadas de interpretação.
- A conotação da solidão está ali. São questionamento que divido com o público. Quando danço, é quase como um suicídio, como um desapego da vida normal, desse cotidiano - descreve Adilso, que também dará um workshop de dança contemporânea sábado e domingo.
A apresentação integra a programação do VI Encontro em Comemoração ao Dia Internacional da Dança, organizado pela Unidade de Dança da Secretaria Municipal da Cultura de Caxias do Sul.
A programação completa é a seguinte:
Dia 26/04:
La Bayadère (Dora Ballet)
Projeto aprovado pelo Financiarte 2012
Local: Teatro Pedro Parenti da Casa da Cultura
Horário: 20h
Entrada franca