Com a entrada em vigor da lei que obriga canais por assinatura a exibir maior quantidade de atrações produzidas no Brasil a partir deste domingo, duas situações se desenham. Primeira: o mercado do audiovisual será consequentemente fomentado, com maior penetração de produções independentes na TV paga. Segunda (e mais controversa): a qualidade dessa produção obedecerá a quais critérios?
Para Juliano Carpeggiani, diretor da Cosmonauta Filmes, de Flores da Cunha, esse é o grande momento do mercado audiovisual no que diz respeito à produção de conteúdo.
- Produtoras que produzem publicidade, por exemplo, se quiserem entrar nesse nicho de mercado, precisarão criar núcleos específicos de histórias, cabendo ali tanto ficção e documentário. Conteúdo é narrativa. Não por acaso, essa era a grande preocupação das networks internacionais durante o Rio Content Market, realizado no início do ano, no Rio de Janeiro.
Conforme Carpeggiani, as grandes produtoras do RS já estão articuladas para isso e algumas estão com produção no ar. A Zeppelin tem programas de culinária em um dos canais do grupo FOX e a Casa de Cinema de Porto Alegre vem produzindo a série Mulher de Fases para a HBO.
- Isso abre precedente principalmente para que produtoras de publicidade mobilizem-se a criar núcleos de conteúdo e abrir espaço, principalmente, para profissionais com habilidade em narrativa. Os tempos são outros, as mídias são outras e o entendimento do público é outro. É preciso buscar uma forma nova de contar histórias, de forma mais sensorial e menos explicativa. O espectador, com a internet, tornou-se mais inteligente e não faz mais questão de ter tudo mastigado - avalia.
Televisão
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