Uma interferência em arte contemporânea vai acompanhar a metamorfose do tradicional Laje de Pedra, em Canela, que se prepara para ser o primeiro hotel da rede de luxo Kempinski no Brasil. Quem comanda essa iniciativa por lá é a premiada artista Heloisa Crocco, que decidiu envelopar o prédio do hotel numa estrutura grandiosa. Serão cinco mil barrotes de pinus de reflorestamento sustentável, com sete metros de altura por 200 metros de comprimento. Batizada de Casulo, a obra já é considerada uma das maiores intervenções artísticas contemporâneas do Rio Grande do Sul — sua escala é comparável ao Muro da Mauá, em Porto Alegre.
A instalação começou ganhar forma em setembro e deve ficar pronta nas próximas semanas. Casulo irá envelopar o Laje de Pedra até a obra de revitalização do hotel ser finalizada, em 2024. O projeto integra a pesquisa Topomorfose, que a artista desenvolve há 40 anos com foco no desdobramento da madeira e suas aplicações e suas texturas.
Casulo tem ainda um caráter bem comunitário, já que vai envolver estudantes na transformação de elementos brutos da natureza em novos objetos artísticos e decorativos para o interior do hotel. Isso porque o material que ficará exposto envolvendo a estrutura do prédio será reaproveitado em áreas internas do Laje de Pedra depois da reabertura. Heloisa destaca a fusão entre linguagens da arquitetura, da arte, do design e do artesanato presente no trabalho.
— Minha pesquisa é uma extensão da natureza aplicada a todas estas expressões — define a artista.