Assim como outros artistas de Caxias, o músico Zeca Duarte ainda aguarda o pagamento da primeira fase da aplicação da lei de emergência cultural na cidade. Angustiado sem saber se a verba vai realmente chegar à conta, ele compôs o samba Cadê o dinheiro?. A letra é crítica quanto à situação enfrentada na cidade e brinca com o nome da lei, que homenageia o compositor e escritor Aldir Blanc. "O homem está se revirando, deram seu nome à lei, mas não está funcionando./ O trabalho é feito com amor, mas amor não paga conta, nem contenta o credor", canta Zeca.
— Quando fui fazer a música, já vinha pensando na ideia de que se o Aldir Blanc estivesse vivo teria morrido de novo, porque não iam ter ajudado ele — conta o músico, integrante do Conjunto Descendo a Serra, dedicado ao choro.
Zeca menciona também o impasse da maior parte dos artistas com relação ao prazo para realizar os projetos aprovados:
— Fica nesse dilema, "será que executo e gasto?, mas corro o risco de não receber", essa é a angústia.
A prefeitura prometeu que fará os pagamentos antes do fim do ano, cumprindo o que a lei prevê para que os recursos não tenham de ser devolvidos. No entanto, até agora, muitos artistas se encontram na mesma situação de Zeca, perguntando "cadê o dinheiro?".