Não tenho ideia de para onde me levará o canto do sabiá que escuto enquanto escrevo. Eis um dos baratos da crônica: alguma coisa corriqueira termina por conduzir a imprevisíveis conexões, e o cronista é o primeiro a se surpreender com o destino ou o caminho de suas conjecturas. Assim, à guisa de mola propulsora de mais um voo literário, agarro-me ao nítido gorjear do passarinho a quebrar o cinza de uma tarde de terça-feira. É primavera, estação do acasalamento, e mesmo numa cidade ruidosa como Caxias do Sul, os já urbanizados sabiás liberam o natural impulso de os machos cantarem para atrair as fêmeas. Aliás, começam bem cedo, antes de o Sol nascer.
Pra não dizer que não falei das flores
Opinião
O canto de amor do sabiá urbano
Mesmo numa cidade ruidosa como Caxias do Sul, os já urbanizados passarinhos seguem o impulso de os machos cantarem para atrair as fêmeas
Nivaldo Pereira
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