Artista múltiplo, o libriano Oscar Wilde dizia que não há nada tão trivial no cotidiano que nosso toque não possa enobrecer, nem tão vil que a arte não possa santificar. Um apurado senso estético é marca do signo da balança em seu afã de instaurar harmonia e graça em tudo. É um dom de Vênus, planeta regente de Libra e associado à homônima deusa da beleza e do charme. No zodíaco, Libra sucede Virgem. Depois de a casa limpa e virginianamente arrumada, que tal uma toalha nova na mesa, um jarro com flores, um incenso indiano? Que tal uma música de fundo, um vinho para dois, luz de velas no jantar? E que não falte o melhor perfume depois do banho! Eis o toque libriano, enobrecendo as convivências, ritualizando os encontros.
Em Libra, certas regras de etiqueta estão longe de serem pedantismo ou frescura. Antes de tudo, são manifestações dos mais refinados ideais de relacionamentos. São mostras de um fundamental respeito pelos outros. São atitudes que evidenciam o apreço pela graça e pela classe, pelo equilíbrio e pela paz. Um simples aperto de mãos já deve indicar algo como: “te considero e reconheço como um semelhante”. Para Libra, a falta de cortesia é indício de grosseria e prenúncio de barbárie. Por isso, faz do harmonioso conviver uma justa batalha, uma forma de arte e uma postura de vida.
Ancorado na boa educação e na beleza, cabe ao libriano enobrecer o banal. Sem ostentação, a embalagem e o laço do presente também devem receber atenção. O desafio é encontrar o equilíbrio – oh, a onipresente balança! – entre o comedimento das próprias atitudes em prol da civilidade e a igualmente importante espontaneidade. Reprimir-se em demasia pelo bem das aparências e do status não traz felicidade – e o instintivo Escorpião virá logo a seguir para resolver isso. Tampouco é um bom negócio valorizar mais o cerimonial que a celebração em si. Mas o que seria de Libra sem seus refinados valores? Reza a lenda que as últimas palavras do moribundo Oscar Wilde foram: “Esse papel de parede é horrível. Ou ele vai embora, ou eu vou”.