Olha aí o músico caxiense Beto Scopel lançando novos sons. O projeto iniciado nos idos de 2020, em plena metamorfose do mundo, agora está finalizado e compilado em um EP denominado Beto e Seus Dubs.
O combo tem duas músicas inéditas e três versões de músicas já gravadas anteriormente. Todas as músicas foram produzidas no home estúdio do Beto. Além de tocar todos os instrumentos, ele também canta.
— Como um apreciador da natureza, mais precisamente dos passarinhos, percebo que cantam independentemente das intempéries da vida, cantam porque está no seu DNA, porque o cantar está na alma de passarinho livre, assim a música está para mim — filosofa Beto.
O EP está disponível nas plataformas digitais. Confere aqui e depois me conta o que achou.
A seguir, o Beto revela um pouco sobre cada música:
A PAZ
"Essa música de João Donato e Gilberto Gil é quase uma oração para mim, sua letra contém tudo oque precisamos para o mundo de hoje. Traduzi ela em um SKA (reggae mais rápido) onde dá essa ênfase de alegria e dançante que é pura tropicalidade jamaicana, ao contrário da versão original bem mais lenta e sucinta.
RASTA NA CERRAÇÃO
Esta música foi composta para um personagem que avistei aqui pelo bairro São Pelegrino diversas vezes, é um reggae instrumental que começa com uma repetição em “ostinato” que interpreta o caminhar dele num dia muito frio e de cerração bem típico na minha cidade. Essa música traduz toda essa dicotomia entre o tropical e o frio, o desejo do calor e do sol, mas com a humidade e o cinza."
BARCO DO AMOR
"Essa releitura tem um ar de nostalgia para mim, é uma música a priori gravada lá em 1983 pelo grupo Os Atuais. Essa Nostalgia é devido quando eu muito pequeno ia nos bailes com os meus pais e sempre tocava este tipo de música por isso quando a revisitei percebi que tem muito de reggae na letra e na harmonia, enfim traduzi ela em reggae dub com muitos metais que obviamente é uma característica neste EP.
AMERICANOS DO SUL
Compus essa música em homenagem a essa nossa terra onde somos tão promissores, mas, no entanto, tão explorados. Essa música é uma mistura de uma tríade reggae/funk/latino onde recortei e colei umas falas do próprio Eduardo Galeano e José Mujica. Tem duas atmosferas harmônicas onde traduz essas minhas indagações do futuro da nossa América Latina. Também somos americanos, mas do Sul..."
DEPOIS DA CHUVA
"Essa releitura de um clássico do gaúcho Bebeto Alves por si só ocupa um destaque neste álbum pois o original é um reggae também e a letra tem um certo tipo de pessimismo, mas, porém, o que há de acontecer não vou morrer depois da chuva. Mais uma vez o lirismo traduz a nossa contemporaneidade."