Donald Trump retorna à Casa Branca em 2025 e terá maioria na Câmara e no Senado. Entre tantos fatores que levaram os americanos a votar no ex-presidente, certamente está a insatisfação com o atual momento econômico do país: inflação e juros altos.
Mas o que nós, brasileiros, temos a ver com este resultado? Tudo, se considerarmos a influência dos Estados Unidos no mundo.
A economista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo, elencou em seu perfil no Instagram os efeitos no Brasil de possíveis medidas econômicas de Trump. A coluna reproduz.
1. As propostas de Trump, se levadas a cabo (e provavelmente serão, pois ter a maioria no Congresso é ter governabilidade), são inflacionistas. Trump prometeu aumentar tarifas de importação (especialmente as chinesas), uma reindustrialização do país, uma redução de tributos (especialmente para a parcela mais rica, com grande expansão do déficit público) e uma expulsão imediata de mais 7,5 milhões de imigrantes ilegais (fica a pergunta: como fazer isso do ponto de vista logístico de uma forma humanizada?). Inflação mais alta é a certeza de juros mais altos no futuro e, com isso, crescimento menor.
2. Os Estados Unidos devem se tornar mais protecionistas, com impacto muito significativo sobre a economia chinesa. China crescendo menos, faz o mundo crescer menos. E nós, que vendemos muito para eles (China), certamente sofreremos impactos.
3. O câmbio, termômetro das incertezas, vai refletir tudo isso. Câmbio mais desvalorizado e volátil.