A verdade não tem dono!
A advogada Aline Ribeiro Babetzki, filha de Odil Marques Ribeiro (in memoriam) e Marlene Bajerski Ribeiro, natural de Vacaria faz história em Caxias do Sul. Casada com Cleberson Babetzki com quem tem um filho, João Paulo. Nossa entrevistada do dia é formada em Direito com atuação voltada ao segmento empresarial. Com foco em casos complexos e de reestruturação, Aline é especialista em Direito dos Negócios e em Civil Contemporâneo.
Qual sua lembrança mais remota da infância e que sabor te remete a essa época? As brincadeiras com meu pai, muito carinhoso e presente na vida dos filhos. Me remete mais a cheiro do que sabor. Cheiro de pão quentinho, recém saído do forno!
Se pudesse voltar à vida na pele de outra pessoa, quem seria? Bertha Lutz (1894-1976). Foi uma ativista feminista, bióloga e política brasileira. Lutou pelo voto feminino no Brasil, e ajudou a fundar entidades como a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, a Federação Brasileira para o Progresso Feminino e a União Universitária Feminina.
Qual a passagem mais importante da tua biografia e que título teria? Destaco a minha atuação na advocacia de negócios, especialmente para empresas em dificuldade. É uma responsabilidade e uma satisfação poder auxiliar a tomar as melhores decisões legais e estratégicas para levar adiante o desenvolvimento da sua atividade de maneira completa. O título seria: “Muito além da Advocacia: pronta para o desafio”
Quem foi, ou é, sua grande influência? Ellen Gracie Northfleet. Foi a primeira mulher a integrar a Suprema Corte do Brasil desde a sua criação. A ministra ainda se tornou a primeira figura feminina a presidir o Supremo Tribunal Federal.
É possível definir objetivamente o que é ser um bom advogado? O bom advogado é aquele que se empenha a favor de alguém e que sente satisfação na alma em ver a justiça acontecendo.
Como enxerga o Direito atual? O que mudou? O modo de trabalhar no Direito vem evoluindo no decurso do tempo como consequência natural das mudanças das épocas. Em termos de advocacia, temos atualmente uma muito mais dinâmica, e menos de gabinete.
Defina seu trabalho em uma palavra: desafio.
Existe alguma premissa básica para o relacionamento advogado/cliente? Confiança é a premissa básica.
Como descreveria o Direito? Está presente em atos corriqueiros e em todos os aspectos da vida. E ter o conhecimento sobre o que você pode e o que não pode fazer, como resolver determinado problema ou conflito e como agir corretamente em determinada circunstância é libertador!
Nestes anos de profissão, houve algum momento crítico em que foi preciso superar barreiras? Ocorreram vários! Entre eles, destacaria a decisão pela carreira solo, conciliar a maternidade, e atuar no segmento predominante masculino, que é a advocacia de negócios. Mas em todos esses momentos, sempre estive confiante e cheia de energia para superar e vencer os obstáculos.
Que lições tem tirado do exercício profissional? Nunca forme uma opinião sem ouvir os dois lados. A verdade não tem dono.
Como o Direito pode contribuir para a sociedade? Protegendo os vulneráveis, em todos os aspectos da palavra e sem qualquer distinção, seja classe social, credo, cor, orientação sexual, profissão, ocupação.
Quais perspectivas vislumbra para os futuros profissionais da área? O futuro do Direito com profissionais muito mais humanizados, conciliadores e acessíveis, mas acima de tudo, que estejam dispostos a passar a vida lendo e estudando. Meu conselho para quem deseja seguir nessa área é gostar de ler, de estudar e de gente, e que tenha um senso de justiça aguçado.
Se tivesse vindo ao mundo com uma legenda ou bula, o que conteria nela? Embora adore viajar, não estou nessa vida a passeio.
O que gostaria que todos soubessem: Deus não erra!
Traço marcante de sua personalidade? Determinação.
O que gosta de fazer no tempo livre? Gosto de conhecer e saborear novas culinárias.
Gostaria de ter sabido antes... que o amor por um filho é o melhor sentimento que se pode sentir.
Uma qualidade: coragem.
Um defeito: esperar dos outros a mesma entrega e velocidade que tenho.
Viagem para fazer inúmeras vezes: Morro de São Paulo, Bahia, Brasil.
Não vivo sem: celular.
A melhor invenção da humanidade? Bateria.
Um hábito que não abre mão? Um bom café da manhã.
Qual a palavra mais bonita da língua portuguesa? Compaixão.
Reflexão de cabeceira? Não importa o que você é; importa o que você faz.
Uma palavra-chave: liberdade.